Embaixador dos EUA reitera desculpas a chanceler venezuelano

O embaixador descartou que a retenção durante 90 minutos tenha sido uma reação de Washington às declarações contra o presidente George W. Bush

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Por Agencia Estado
Atualização:

O embaixador dos Estados Unidos na Venezuela, William Brownfield, reiterou nesta segunda-feira as desculpas de seu governo pela retenção do ministro venezuelano do Exteriore, Nicolás Maduro, no sábado no aeroporto de Nova York. "A culpa é nossa e nos desculpamos, mas, embora ele esteja dentro de seus direitos, tomou alguns passos que produziram um código no computador (de alertas policiais, como a compra com dinheiro e de um bilhete aéreo com um só trecho)", disse. "Comprou uma passagem só de ida e o normal é que se compre de ida e volta (...), 99% dos passageiros compram com cartão de crédito e ele (Maduro) o fez com dinheiro; além disso, comprou no mesmo dia (de sua viagem). Apesar de não ter feito nada de errado, o procedimento produziu um código (de segurança)", explicou à emissora privada de Caracas Globovisión. O embaixador descartou que a retenção durante 90 minutos tenha sido uma reação de Washington às declarações contra o presidente George W. Bush, pronunciadas na sede da ONU e em um bairro de Nova York pelo governante venezuelano, Hugo Chávez. Chávez pronunciou na quarta-feira um discurso na Assembléia da ONU no qual qualificou seu colega dos EUA de "diabo". Durante uma visita ao bairro nova-iorquino do Harlem, Chávez chamou Bush de "alcoólatra", "doente" e "complexado". O embaixador Brownfield insistiu à Globovisión em que "tudo indica que eles (os policiais do aeroporto) não tinham idéia da identidade do chanceler Maduro e uma vez que descobriram de quem se tratava se ofereceram para acompanhá-lo a embarcar no avião, mas ele decidiu não fazê-lo e voltou à cidade" para denunciar o fato. Maduro, já de volta em Caracas, denunciou que durante o que chamou de "detenção" recebeu reiteradas ameaças físicas e verbais. "As ameaças de nos machucar aumentaram quando mostramos nosso passaporte e nos identificamos", afirmou Maduro, qualificando o assunto como uma evidência do caráter "nazista e racista" do governo Bush e da "represália" pela política "antiimperialista" que a administração de Chávez impulsiona. O porta-voz do Departamento de Estado americano, Tom Casey, também apresentou desculpas formais ao Governo venezuelano.

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