Embaixador iraquiano diz que radicais têm material atômico

Em carta enviada para a ONU, diplomata afirma que insurgentes do Isil teriam tomado 40 quilos de compostos de urânio de universidade

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Por Redação
Atualização:

NOVA YORK - Os insurgentes do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil, na sigla em inglês) tomaram materiais radioativos usados para pesquisas científicas em uma universidade do norte iraquiano, onde o movimento radical sunita tem conquistado diversas localidades desde o dia 10. 

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A afirmação é do embaixador de Bagdá nas Nações Unidas, Mohamed Ali Alhakim em uma carta endereçada à ONU na qual o governo de seu país pede ajuda internacional para “impedir a ameaça” do uso do material nuclear “pelo terroristas no Iraque e no exterior”.

Aproximadamente 40 quilos de compostos de urânio eram mantidos na Universidade de Mossul, primeira cidade tomada pela ofensiva dos radicais, segundo a carta enviada por Alhakim ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, na terça-feira, obtida ontem pela agência Reuters.

“Grupos terroristas assumiram controle de material nuclear nas localidades que saíram do controle do Estado”, declarou o diplomata iraquiano, afirmando que as substâncias radioativas “podem ser usadas na fabricação de armas de destruição em massa”. Segundo o embaixador, “esses materiais nucleares, apesar das quantidades limitadas mencionadas, podem possibilitar os grupos terroristas - com a ajuda dos especialistas necessários - de usá-los em atos terroristas, separadamente ou em combinação com outros materiais”. Alhakim afirmou que existe o perigo de que as substâncias radioativas sejam contrabandeadas para fora do Iraque.

Uma fonte do governo americano familiarizada com o tema afirmou que é improvável que os materiais nucleares sejam urânio enriquecido - e, por esse motivo, seria difícil processar as substâncias para uso bélico. / REUTERS

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