Embaixador palestino pede apoio ao Brasil

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Por Agencia Estado
Atualização:

O embaixador da Palestina no Brasil, Musa Amer Odeh, fez um apelo ao governo brasileiro e à Comunidade Internacional para que interceda junto à Organização das Nações Unidas (ONU), a fim de enviar uma força de paz para pôr fim aos bombardeios israelenses sobre cidades palestinas. "Agradecemos a posição do Brasil, que condena as atitudes de Ariel Sharon e apóia a criação de um Estado Palestino", disse. De acordo com ele, os recentes ataques na Cisjordânia e na Faixa de Gaza praticamente destruíram as forças policiais da Autoridade Palestina. Por esse motivo, o governo não tem meios de controlar grupos radicais como o Hamas e a Jihad Islâmica, que assumiram a responsabilidade pelos atentados suicidas do fim de semana em Haifa e Jerusalém Ocidental. O apelo do representante palestino é feito em um momento muito delicado. O primeiro ministro de Israel, Ariel Sharon, agora, responde aos ataques de grupos extremistas palestinos com bombardeios diretos a instituições do governo palestino, atingindo, inclusive, a residência do presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat. Desde junho do ano passado - quando fracassou a conferência de paz entre palestinos e israelenses - as agressões mútuas vêm crescendo. O embaixador disse também que a política de ocupação desenvolvida por Sharon irrita grupos radicais. "Eles dão nomes hebraicos aos territórios ocupados; estão roubando nossa tradição, costumes, esperanças e a paz", disse Musa Odeh. "Temos que viver juntos, porque não existe outra solução para o conflito." Um dos principais problemas entre os dois povos é a questão das colônias habitacionais. Durante todo o período de ocupação, explicou Odeh, Israel construiu colônias dentro dos territórios palestinos. Durante as negociações em Camp David, as autoridades israelenses reivindicaram a anexação destas regiões, o que, segundo o embaixador, transformaria o território palestino em um conjunto de ilhas isoladas, sem continuidade territorial. "Sharon pode fazer qualquer coisa porque é louco pelo poder e não acredita na paz", disse Odeh, ao completar que Israel é hoje o único país ?acima da lei?. Mas, apesar das críticas, o representante palestino fez questão de ressaltar que não prega a destruição do país vizinho - diferente dos grupos extremistas islâmicos. "Não há lugar para grupos radicais onde existe paz."

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