Embaixadora acena com negociações sobre aço em 2003

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Por Agencia Estado
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A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak, disse que, embora a fase deste ano de revisão das salvaguardas impostas à importação de aço pelos Estados Unidos já tenha se encerrado, em março do ano que vem será feita uma nova revisão, "que talvez possa valer já para 2003". Ela lembrou que em março do ano passado, quando impôs as salvaguardas, os Estados Unidos previram revisão em março de cada ano. A representante americana destacou que o Brasil conseguiu reduzir as salvaguardas ao aço não só pela ação do governo brasileiro, mas porque as siderúrgicas daqui fizeram uma aliança com indústrias dos Estados Unidos que consomem aço brasileiro. "Podemos superar os conflitos buscando essas alianças", afirmou. Ela citou, como exemplo, que "o maior aliado do artista americano no combate à pirataria de CDs e vídeos é o artista brasileiro". De acordo com a embaixadora, Brasil e Estados Unidos são os países que têm os melhores negociadores e há disputas e conflitos entre os dois - como as do aço, do algodão, do suco de laranja e da propriedade intelectual - mas há também interesses em comum. "Um dos mais importantes é a iniciativa para a OMC (Organização Mundial de Comércio) terminar com as barreiras na agricultura", disse, referindo-se ao interesse comum em acabar com o protecionismo europeu no setor. Donna Hrinak afirmou também que "o compromisso dos Estados Unidos com a Alca foi mostrado pelo esforço do Executivo para aprovar o TPA (Trade Promotion Authority, ou via-rápida, lei em que o Legislativo autoriza o governo americano a negociar acordos de comércio exterior)". Ela comentou que o presidente dos EUA, George W. Bush, foi pessoalmente ao Congresso pedir votos a favor do TPA e o secretário de comércio, Robert Zoellick, "praticamente dormiu duas noites na Câmara de Deputados dos Estados Unidos". De acordo com ela, "o hemisfério está comprometido com a Alca". Ela recordou também que Brasil e EUA serão os líderes neste processo da Alca a partir de primeiro de novembro, quando assumem a Presidência das negociações.

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