NAÇÕES UNIDAS - A embaixadora americana na ONU, Samantha Power, criticou nesta quinta-feira, 16, a escolha da Venezuela como membro não permanente do Conselho de Segurança e acusou o governo de Nicolás Maduro de não cumprir a Carta da organização.
"Infelizmente, a conduta da Venezuela na ONU foi contra o espírito da Carta da ONU e as violações dos direitos humanos no país estão em conflito com a letra da Carta", disse Power em um comunicado. A embaixadora afirmou que os EUA "continuarão exigindo que o governo da Venezuela respeite as liberdades fundamentais e os direitos humanos universais de sua população".
Power lembrou que os candidatos ao CS "devem contribuir para a manutenção da paz e a segurança internacional e apoiar outros propósitos da ONU, incluindo a promoção do respeito universal aos direitos humanos".
A Venezuela obteve nesta quinta o apoio de 181 dos 193 países que participam da Assembleia-Geral das Nações Unidas e foi o único candidato do grupo da América Latina e Caribe.
A embaixadora americana destacou a falta de oposição e ressaltou que os grupos regionais têm "a responsabilidade de apresentar candidatos que cumpram esses critérios e apoiem totalmente os princípios da Carta da ONU".
A Venezuela voltará em 1.º de janeiro ao principal órgão de decisão das Nações Unidas, no qual já esteve presente em outras ocasiões: de 1962 a 1963 e entre 1992 e 1993.
Em 2006, o governo do então presidente Hugo Chávez não conseguiu reunir os apoios necessários para ocupar o assento no CS e acusou os EUA de terem pressionado os membros da Assembleia-Geral para que não votassem a favor da Venezuela.
Neste ano, alguns senadores cobraram do secretário de Estado, John Kerry, que iniciasse uma campanha para tentar impedir a entrada da Venezuela no Conselho. / EFE