Emboscada de maoistas deixa 17 policiais mortos na Índia

Milicia, responsável por 90% da violência no país, luta por reforma agrária de caráter comunista

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Por Efe
Atualização:

Pelo menos 17 policiais morreram nesta quinta-feira, 8, durante uma emboscada maoista contra uma patrulha policial no centro da Índia, informaram as autoridades do país.

 

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Um grupo de 150 naxalitas - como são conhecidos os maoistas indianos - atacou cerca de 50 policiais que patrulhavam o distrito de Gadchiroli, situado no estado de Maharashtra, segundo a fonte, citada pela agência PTI. Após a emboscada, teve início um intenso tiroteio que durou quatro horas e deixou 17 oficiais mortos, entre os quais um subinspetor da Polícia. O combate ocorrei horas depois de a guerrilha abrir fogo contra um gabinete da administração local.

 

O distrito de Gadchiroli, em Maharashtra, fica perto do estado de Andhra, onde os maoistas, com forte presença nas regiões central e leste, têm alguns de seus principais feudos. O estado de Maharashtra, cuja capital é Bombai, realizará eleições no Parlamento regional no próximo dia 13.

 

Na quarta-feira, o ministro do Interior da Índia, P. Chidambaram, pediu à guerrilha que abandone a "luta armada pela libertação" e opte pelo diálogo. A declaração foi feita um dia depois de as autoridades encontrarem um cadáver decapitado de um policial no estado de Jharkhand. "Somos um país civilizado. Não vamos fazer guerra contra nossa própria gente. Os maoistas devem abandonar a violência e tomar o caminho da democracia e do diálogo", disse o ministro.

 

A guerrilha, entretanto, não atendeu aos pedidos do ministro e convocou um protesto nos estados de Jharkhand e Bihar para o dia 12 contra os "movimentos para suprimir" os naxalitas por parte do governo, segundo um comunicado da cúpula do grupo publicado pela agência IANS.

 

Segundo dados do Ministério do Interior, os guerrilheiros tem presença em 17 estados da Índia e são responsáveis por 90% da violência no país, com 580 mortes em 1.405 episódios violentos de janeiro até agosto.

  

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A guerrilha maoista permanece ativa no chamado "cinturão vermelho", uma faixa de território no centro e no lesta do país onde os rebeldes mantém numerosos campos de treinamento e buscam o apoio do campesinato para implantar uma revolução agrária de caráter comunista.

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