Emirados Árabes usam mercenários da Colômbia para lutar no Iêmen, diz NYT

Segundo jornal, cerca de 450 mercenários latino-americanos chegaram no país; soldados fariam parte de um contingente de 1800 latino-americanos

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WASHINGTON - As Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos (EAU) treinaram e enviaram em segredo centenas de mercenários colombianos para lutar no conflito armado do Iêmen, informou nesta quinta-feira, 26, o jornal americano The New York Times.

A publicação, que cita fontes anônimas envolvidas no projeto, garante que há anos o programa foi criado por uma empresa privada ligada a Erick Prince, fundador da companhia de segurança americana Blackwater, mas depois passou para as mãos dos militares dos Emirados Árabes.

Como mercenários dos Emirados Árabes, os soldados colombianos recebem um salário mensal em torno de US$ 2 mil e US$ 3 mil Foto: REUTERS/Angus McDowall

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De acordo com o The New York Times, chegaram ao Iêmen cerca de 450 mercenários latino-americanos. A grande maioria tem cidadania colombiana, mas também há panamenhos, salvadorenhos e chilenos.

O jornal afirma que esses soldados foram enviados ao Iêmen em outubro e fazem parte de um contingente de 1.800 latino-americanos que estão sendo treinados em uma base militar dos Emirados Árabes.

O fato de a maioria dos recrutados ser colombiano se deve à avaliação dos oficiais dos Emirados, que consideram que eles estão mais preparados para o combate em razão da experiência guerrilheira nas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), explica o jornal.

O recrutamento na Colômbia está sob a responsabilidade da Global Enterprises, uma companhia colombiana dirigida por um ex-comandante de operações especiais identificado como Oscar García Batte.

Como mercenários dos EAU, os soldados colombianos recebem um salário mensal em torno de US$ 2 mil e US$ 3 mil, frente aos US$ 400 que receberiam em seu país. Os enviados ao Iêmen serão compensados com US$ 1 mil adicionais por semana, de acordo com uma fonte anônima envolvida no projeto citada pela publicação.

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Os rebeldes houthis, que controlam o norte do território iemita, deram início ao conflito após acusar o presidente, Abdo Rabbo Mansour Hadi, e seu governo de não aplicar o acordo de reconciliação firmado por distintos grupos políticos do país.

Um ano após a invasão da capital, Sana, pelos houthis, o caos permanece no país, arrasado por combates e bombardeios protagonizados por partidários e opositores de Hadi, que conta com o apoio de uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita.

Os Estados Unidos também participam dessa coalizão, fornecendo apoio logístico aos países que bombardeiam os rebeldes. /EFE

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