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Emissoras dos EUA transmitem execuções de condenados

Por Agencia Estado
Atualização:

Várias emissoras de rádio e televisão dos EUA estão transmitindo durante esta semana gravações contendo a narração de 23 execuções em cadeira elétrica, feitas por funcionários das penitenciárias. Os relatos são impressionantes, segundo informações do site do jornal espanhol El País. No caso da morte de Ivon Ray Stanley, em 1984, funcionários presentes riam ao comprovar que o condenado já não tinha mais pulsação. No mesmo ano, na execução de Alpha Oties O?Daniel Stephens uma segunda descarga elétrica teve de ser emitida, já que o preso sobreviveu à primeira. Entre 1983 e 1998, autoridades do Estado da Geórgia gravaram as execuções e, em todos os casos, a voz de um funcionário descreve de maneira fria o que está ocorrendo na sala onde está a cadeira elétrica. No caso de Stanley, o funcionário disse que o condenado havia sido amarrado e se recusado a dar uma última declaração. ?Ele continua muito passivo, sem oferecer resistência, olhando para as testemunhas?, narrou. Em seguida, outro comentário. ?A execução está em marcha. Seu corpo se contraiu e se escutou um ?pof?, como se tivesse arrebentado uma correia?. Ao final de cinco minutos, um médico procurou sinais de vida no executado, sem encontrar, de acordo com o relato. ?Tudo correu bem?, segundo a declaração do funcionário, logo após a qual seguem-se sons de risadas. De acordo com o site, a execução de Stephens foi uma das mais impressionantes. O relator descreve com ?frieza clínica? como o corpo do condenado sofreu uma ?sacudida? ao receber a descarga. Os médicos se certificaram que Stephens seguia respirando, quando foi aplicada a segunda descarga, em um processo com duração total de 13 minutos. Em 1998, o advogado Mike Mears teve acesso às gravações de áudio efetuadas pelas autoridades penitenciárias do Estado, entregando-as à emissora WNYC para a difusão. É a primeira vez que a população dos EUA tem acesso ao que ocorre dentro de uma câmara de execuções. Internet As transmissões acontecem no momento em que se reaviva o debate sobre se o público deve ter acesso direto, por meio de TV e Internet, à execução do terrorista Timothy Mc Veigh, no próximo dia 16, responsável pelo atentado que destruiu um edifício federal de Oklahoma, matando 168 pessoas em 1995. A execução por meio de injeção letal será transmitida para 250 sobreviventes e familiares de vítimas do atentado, via circuito fechado de televisão. Porém, uma empresa de Internet pleiteia a transmissão online da execução. A última execução pública nos EUA ocorreu em 1936 em Owensboro, no Estado do Kentucky, onde 20 mil pessoas assistiram ao enforcamento de Rainey Bethea, um jovem negro de 22 anos. Atualmente, 38 dos 50 estados norte-americanos aplicam a pena de morte, mas em locais fechados, sendo permitida somente a presença de alguns funcionários, jornalistas e familiares das vítimas. Apoio de 60% da população Seis de cada dez americanos apóiam a pena capital por razões de vingança e por acreditarem que as vítimas queiram ver mortos os criminosos, aponta uma pesquisa do jornal The Washington Post e da rede ABC News, divulgada nesta quinta-feira. Antes de transmitirem o áudio, as emissoras informaram que menores e pessoas mais sensíveis poderiam ficar perturbados com o conteúdo das gravações.

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