Empresário contratou 30 mulheres para festas de Berlusconi

Giampaolo Tarantini é investigado pelo caso; premiê é duramente criticado em editorial de jornal

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ROMA - Um empresário italiano, Giampaolo Tarantini, recrutou e pagou mais de 30 mulheres para participarem das festas dadas pelo primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, nas suas mansões. Algumas delas foram pagas para fazer sexo com o premiê, informou nesta sexta-feira, 16, a promotoria de Nápoles, que divulgou parte do conteúdo de gravações das conversas telefônicas entre Berlusconi e Tarantini.

 

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Segundo a promotoria, entre setembro de 2008 e maio de 2009 Tarantini recrutou mulheres "jovens e de boa aparência" e as instruiu sobre como deviam se vestir e se comportar nas festas de Berlusconi. No documento que conclui as investigações da promotoria, os promotores acusam Tarantini de ter pago as mulheres. Em troca, ele recebia de Berlusconi favores como empregos em estatais.

 

Berlusconi não é investigado no caso. Mas as revelações se mostram constrangedoras para o político de 74 anos, o qual já enfrenta fortes críticas por causa da crise financeira da Itália e por outros escândalos sexuais e de corrupção. "A Itália merece algo melhor", disse em editorial, nesta sexta-feira, o jornal La Stampa de Turim.

 

"Ter um primeiro-ministro que passa horas com seus advogados para montar estratégias de defesa, sem dúvida prejudica a nação, uma vez que esse tempo é roubado de atividades institucionais, como os assuntos externos ou as finanças públicas", escreveu La Stampa.

 

Berlusconi já está em julgamento em três casos em Milão, um por evasão fiscal, outro por corrupção e em um terceiro por ter feito sexo com uma menor de idade, a marroquina Karima el-Marough, a "Ruby", que tinha 17 anos quando frequentou as festas de Berlusconi na mansão do premiê em Arcore, na periferia de Milão.

 

Berlusconi sempre negou ter pago por sexo e afirma que é perseguido por "magistrados comunistas". Tarantini, que chegou a receber 500 mil euros de Berlusconi como "ajuda" afirma que Berlusconi nunca pagou as mulheres que frequentavam as festas e não sabia que ele pagava. Tarantini está sob investigação por favorecer e explorar a prostituição, o que é crime na Itália. Entre as mulheres que frequentaram as festas de Berlusconi está Patrizia D'Addario, cujas revelações sobre as noites com Berlusconi, há dois anos, levaram ao escândalo atual.

 

O "caso Tarantini" levou a oposição italiana a pedir novamente a renúncia de Berlusconi. O premiê, contudo, afirma que não renunciará e que cumprirá seu mandato até 2013.

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