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Energia eletromagnética pode ter causado 'síndrome de Havana', segundo EUA

Sintomas misteriosos atingem dezenas de diplomatas americanos em vários países do mundo há cinco anos

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - Algum tipo de energia eletromagnética pode estar por trás dos estranhos sintomas causados pela chamada "síndrome de Havana", que atinge dezenas de diplomatas americanos em vários países do mundo há cinco anos, afirmou nesta quarta-feira, 2, um grupo de especialistas dos Estados Unidos.

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O painel, criado pelo governo do presidente Joe Biden, explicou em relatório divulgado nesta quarta-feira que os sintomas da "síndrome de Havana" não se explicam apenas por fatores psicológicos, como estresse ou reações psicossomáticas que acabam tendo um impacto no corpo.

Os especialistas disseram que algum tipo de energia eletromagnética, especialmente emitida a uma determinada frequência de rádio, poderia ser uma explicação "plausível" para os sintomas, embora tenham advertido que ainda existem "lacunas" na informação.

Washington e Havana tiveram uma crise diplomática em razão das denúncias dos EUA de 'ataques acústicos'contra os funcionários de sua embaixada na ilha Foto: Yamil Lage/AFP

O painel, que incluía cientistas de dentro e fora do governo, foi criado sob a autoridade do Escritório da Diretoria de Inteligência Nacional dos EUA e da CIA.

O objetivo não era determinar o responsável pelos incidentes, mas explicar os mecanismos que podem estar por trás dos danos sofridos pelos funcionários americanos.

Para realizar o estudo, os especialistas tiveram acesso a mais de mil documentos confidenciais, incluindo os registros médicos de algumas das vítimas.

Mais de 200 diplomatas e funcionários americanos em diferentes países sofreram sintomas da "síndrome de Havana", assim chamados porque foi em Havana que os estranhos problemas de saúde foram detectados pela primeira vez, em 2016.

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Os afetados - em países como Cuba, China, Áustria e Colômbia, além de Washington - sofreram sintomas semelhantes aos das lesões cerebrais, como tonturas, dores de cabeça e incapacidade de concentração, e em alguns casos extremos tiveram que se aposentar.

Em janeiro, a CIA concluiu que não existem evidências de que um país estrangeiro esteja por trás da "síndrome de Havana", esvaziando a suspeita de algumas autoridades de que a Rússia seria responsável pela misteriosa doença. O relatório foi criticado pelo grupo Advocacia para Vítimas da Síndrome de Havana, que emitiu um comunicado dizendo que o documento "pode ser rotulado como 'interino' e pode deixar a porta aberta para alguma explicação alternativa em alguns casos, mas para dezenas de funcionários públicos dedicados, suas famílias e seus colegas, ele tem um toque de finalidade e repúdio."

Ainda não há esclarecimento sobre a fonte e o responsável por estes misteriosos "ataques", mas o governo Biden continuará a investigar a síndrome. A CIA também. /EFE e WP

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