07 de julho de 2021 | 18h30
PORTO PRÍNCIPE - A onda de rejeição contra o presidente Jovenel Moïse, presidente do Haiti, assassinado nesta terça-feira, 7, teve pico nos últimos meses. Isso porque seu mandato havia expirado em fevereiro de 2021. Com a oposição articulada, o país foi tomado por protestos contra o governo. O ex-presidente também enfrentava acusações de fraude eleitoral.
Michel Martelly, antecessor de Moïse, deixou a presidência em 2016. Quase cinco anos depois, em fevereiro deste ano, o Haiti noticiou fúria nas ruas com gangues armadas e registros de ataques a delegacias de polícia.
Os manifestantes reivindicavam a saída de Moïse. Leonie Hermantin, uma líder da comunidade haitiana em Miami, disse que as pessoas da diáspora, por mais divididas que estivessem sobre Moïse, uniram seu choque e desespero. “Não queremos voltar ao passado, onde presidentes eram eliminados pela violência”, disse ela, acrescentando: “Não há ninguém comemorando”.
Mesmo com o apelo popular e jurídico, o líder haitiano não deixou o cargo. Como reação, opositores foram às ruas, incendiaram lixos e pneus, e exigiram a renúncia de Moïse. A resposta veio rápida, o governo anunciou a prisão de 23 pessoas, incluindo um juiz e um oficial da polícia, que Moïse alegava ter sofrido tentativas de morte e derrubada do governo. “O objetivo dessas pessoas era fazer um atentado contra minha vida”, disse o presidente Moïse na época. “Esse plano foi abortado.”
“Embora os números exatos ainda não sejam claros, as estimativas preliminares sugerem que milhares de pessoas fugiram de suas casas e buscaram abrigo com famílias anfitriãs ou se estabeleceram em abrigos informais”, disse o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários no mês passado em um relatório sobre o situação .
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