LONDRES - Os 23 diplomatas russos expulsos do Reino Unido em resposta ao ataque contra o ex-espião russo Serguei Skripal deixaram nesta terça-feira, 20, a embaixada em Londres, segundo informações da agência de notícias France-Presse.
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Os diplomatas partiram em vários veículos com suas famílias no último dia do prazo de uma semana decretado pelo governo britânico para que deixassem o país. A esta medida, Moscou respondeu com a expulsão do mesmo número de representantes diplomáticos britânicos. Saiba mais sobre as sanções impostas pelo Reino Unido abaixo e o impacto de cada uma delas, de acordo com informações do jornal The Guardian.
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Diplomatas
A expulsão de 23 diplomatas russos da embaixada em Londres corresponde à saída de 40% do total de representantes (58) que atuam no local. Esta é a maior expulsão de diplomatas em 30 anos. A decisão de manter o embaixador russo Alexander Yakovenko reflete o fato de que expulsá-lo faria a Rússia simplesmente tentar substituí-lo. Qualquer baixa na embaixada russa leva a represálias no Reino Unido, o que prejudica o trabalho de Londres em manter um interlocutor na Síria - parceira de Moscou -, ainda que muitas discussões sejam realizadas na ONU.
Monitoramento
O vice-diretor geral do think tank Rusi, Malcolm Chalmers, afirma que medidas como aumentar o monitoramento de aviões particulares e novas formas de frear as pessoas nas fronteiras apontam que “os serviços de inteligência estão focados em combater o terrorismo em oposição às ameaças estatais, especialmente da Rússia”.
Crimes
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que as sanções seriam pequenas, incluindo apenas o congelamento de ativos russos e a proibição de vistos. Chalmers diz que declarações de riquezas inexplicadas, uma nova ferramenta que passou a ser utilizada neste ano, pode ser mais útil para ajudar a Agência Nacional de Crimes a desvendar casos de lavagem de dinheiro e crime organizado.
Esporte
O boicote à Copa do Mundo da Rússia é limitado a ministros e membros da família real. Analistas apontam para os possíveis confrontos entre hooligans russos e ingleses.
Imprensa
A Ofcom, que regula a imprensa britânica e age de forma independente, já anunciou que investigará se a licença da emissora russa RT deve ser revogada por motivos de interesse público. O encerramento dessas atividades no Reino Unido poderia levar os ministros a serem acusados de hipocrisia por países como a Turquia.
Armas químicas
Os ministros russos insistem que a Rússia destruiu seu estoque de armas químicas em 2017. Eles também argumentam que o agente neurotóxico utilizado contra Skripal, de 66 anos, e sua filha, de 33 anos, não faz parte da proibição internacional. O Reino Unido tentará pressionar a Rússia em fóruns internacionais para exigir que ela elimine essas substâncias.
Apoio
O Reino Unido tem buscado apoio nas sanções contra a Rússia na ONU, na União Europeia e na Otan, mas May explicou que não faria pedidos específicos a nenhum líder mundial. “Será muito mais difícil para outros Estados tomar as mesmas medidas concretas que o Reino Unido, como o fim dos laços diplomáticos”, diz Chalmers. O presidente francês, Emmanuel Macron, por exemplo - apesar de ter declarado apoio à decisão de May - não cancelou sua visita a Moscou. Analistas admitem que o apoio prático a Londres dependerá em convencer seus aliados de que a Rússia é responsável pelo ataque a Skripal.