11 de março de 2019 | 14h20
A Venezuela foi às escuras na tarde da quinta-feira, 7. Desde então, o serviço elétrico retornou esporadicamente em algumas regiões do país ao longo do fim de semana, mas a maior parte do território segue às escuras.
Uma investigação do New York Times, no entanto, citando fontes da estatal Corpolec, indica que as turbinas da Hidrelétrica de Guri – responsável por 80% da energia elétrica da Venezuela– deixaram de funcionar. Além disso, a subestação responsável por levar energia para quatro em cada cinco venezuelanos, chamada San Gerônimo B, está paralisada.
Sua substituta, San Gerônimo A, funciona de maneira intermitente e provavelmente é responsável pelo envio parcial de energia para alguns Estados do país.
Como falta pessoal qualificado e peças para a manutenção em Guri, o governo já tentou religar as turbinas da hidrelétrica cinco vezes, desde a quinta-feira, sem sucesso, ainda conforme o relato do Times. A instabilidade do sistema tem provocado incêndios em subestações menores.
O governo do presidente Nicolás Maduro não dá detalhes do que aconteceu. A versão oficial, apresentada sem provas, diz que o país sofre uma “guerra elétrica” travada pelos Estados Unidos, que, por meio de um ciberataque, derrubou a energia da Venezuela.
- As filas por combustível aumentaram no fim de semana. Apenas 100 dos 1,8 mil postos de gasolina do país estão funcionando.
- Há registro de saques em Caracas, com as pessoas tentando levar alimentos não perecíveis e água para casa
- Sinal de celular está escasso nas principais cidades do país
- Aulas foram suspensas e foi decretado feriado em toda Venezuela
- Moradores dizem que, sem energia, a comida armazenada em geladeiras residenciais tem apodrecido. Alguns restaurantes e mercados contam com geradores
- O metrô de Caracas não funciona. Ônibus são escassos
- Ao menos 15 pessoas, todas pacientes renais, morreram desde a quinta-feira, porque máquinas de diálise não funcionam.
- sem caixas eletrônicos e máquinas de débito e crédito, o dólar virou a moeda não oficial no país
Maduro disse que está fazendo enormes esforços para lutar contra o “ciberataque” e a energia deve voltar em definitivo nas próximas horas
O opositor Juan Guaidó montou um gabinete de crise e tem divulgado dados, que não ainda não foram confirmados de maneira independente, sobre o apagão. Segundo ele, cinco Estados estão no escuro. A luz voltou de forma parcial a outros sete e em 11 o serviço é precário.
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