Entenda o caso do brasileiro preso na Indonésia

Outros dois brasileiros encontram-se presos no país por tráfico de drogas

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Por Agencia Estado
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O instrutor de vôo livre Marco Archer Cardoso Moreira, de 44 anos, foi preso em agosto de 2003 no aeroporto de Jacarta, capital da Indonésia, ao tentar entrar no país com 13,4 kg de cocaína. A droga, que foi avaliada pela polícia em US$ 3,5 milhões, estava escondida em seu equipamento de asa-delta. Embora tenha conseguido fugir após a apreensão, o instrutor foi capturado duas semanas mais tarde na ilha Sunbawa, na casa de um amigo. Para a polícia, ele confessou que recebera US$ 10 mil para transportar a droga. Moreira alegou ainda que estava "desesperado" com dívidas hospitalares contraídas em 1997 após sofrer um acidente em Cingapura. Julgado em 2004, ele foi condenado à morte. Embora tenha recorrido, a pena foi confirmada pela Corte Suprema de Jacarta em março de 2005. A última tentativa para evitar a medida extrema veio pouco tempo depois, quando o presidente Luis Inácio Lula da Silva encaminhou um pedido de clemência ao governo da Indonésia. De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, o objetivo do pedido era a "comutação da pena". Segundo o artifício, a punição não deveria ser aplicada porque a lei brasileira não prevê a pena capital. Não adiantou. Nesta quinta-feira as autoridades do maior país muçulmano do planeta rejeitou a apelação brasileira. Agora, resta ao Itamaraty avaliar se todas as possibilidade de abrandamento foram esgotadas. Outros casos Moreira não é o primeiro brasileiro a ser condenado na Indonésia por tráfico de drogas. Além dele, outros dois cidadãos do País encontram-se sob custódia da Justiça indonésia, ambos presos e condenados por tráfico de drogas. O caso mais preocupante é o do paranaense Rodrigo Gularte, condenado à morte em primeira instância, no início de fevereiro de 2005. Rodrigo foi preso em julho de 2004, também no Aeroporto de Jacarta, com 6 quilos de cocaína escondidos em sua prancha de surfe. Atualmente ele aguarda o julgamento do caso pela segunda instância. A Indonésia é um dos países com legislação anti-drogas mais rigorosas do planeta. Nesta quinta-feira, após o anúncio da decisão de manter a pena de morte à Moreira, o site da embaixada do país muçulmano no Brasil publicou um comunicado em que justifica a utilização desse tipo de punição. "O tráfico de drogas destrói muito a vida de um país e é uma ameaça para o futuro de uma geração, portanto o tráfico de drogas é considerado como um crime muito sério", diz o comunicado. Em setembro de 2004 o general Susilo Bambang Yuahoyono foi eleito presidente da Indonésia com um forte discurso de combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas. Nos últimos meses de sua administração, a ex-presidente Megawati Sukarnoputri autorizou vários fuzilamentos, incluindo os de dois indianos, por tráfico. O fuzilamento é tido como uma versão "menos bárbara" de execução. Tradicionalmente, a pena é cumprida com o esmagamento do crânio pela pata de um elefante.

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