19 de dezembro de 2011 | 15h33
LONDRES - A Anistia Internacional (AI) afirmou nesta segunda-feira, 19, que a morte de Kim Jong-il abrirá uma oportunidade para melhorar "o histórico catastrófico dos direitos humanos" na Coreia do Norte, apesar de que seu sucessor, Kim Jong-un, possivelmente deverá intensificar a repressão.
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"As informações do último ano indicam que Kim Jong-un e seus partidários vão tratar de consolidar o novo mandato intensificando a repressão e diminuindo qualquer possibilidade de oposição", indicou Sam Zarifi, responsável de Anistia na área da Ásia-Pacífico.
Segundo Zarifi, "Kim Jong-il, assim como seu pai, deixou milhões de norte-coreanos na pobreza, sem acesso aos alimentos e a saúde, e com milhares de pessoas aprisionadas em brutais campos de concentração".
Anistia Internacional lembra que em 1994, quando Kim Jong-il assumiu o poder após morte de seu pai - Kim II-sung, o fundador do regime norte-coreano -, milhares de pessoas foram presas, sendo que os opositores políticos foram executados "em segredo ou publicamente, isso após julgamentos injustos e, inclusive, sem julgamentos".
A AI reivindicou a melhora da situação dos direitos humanos na Coreia do Norte, com a imediata libertação dos presos políticos, o fim da tortura e das execuções sumárias e garantias para a liberdade de expressão e religião no país.
Ao mesmo tempo, a organização defensora dos direitos civis, com sede em Londres, pediu ao Governo norte-coreano e aos doadores internacionais que garantam alimentos aos mais necessitados no país comunista, onde quase um milhão de pessoas morreram desde os anos 90 por falta de comida.
"A população da Coreia do Norte não deveria sofrer mais privações por causa da incerteza política", assinalou AI, que insistiu em que um terço da população da Coreia do Norte sofre com a falta de alimentos e possuem problemas para receber saneamento básico.
"Anistia Internacional recebeu relatórios de gente que sobrevive comendo erva e cortiças de árvore, sobre o uso de seringas não esterilizadas e sobre muitas cirurgias realizadas sem anestesia", completou a associação.
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