
22 de janeiro de 2012 | 03h04
"Para o governo, porto é para atracar e descarregar mercadoria. Mas nós não somos mercadoria", disse ao Estado o vice-presidente da Agência Brasileira das Agências de Viagens (Abav), Edmar Bull. "A segurança dos portos precisa melhorar bastante. Falta infraestrutura."
Na opinião do diretor da Abav, apenas o Porto de Santos - o maior do país - tem as instalações adequadas para receber navios de cruzeiro. O principal problema estaria nos portos do Nordeste. "Lá é tudo horrível. Não tem táxi, não tem ônibus. Toda a estrutura no entorno dos portos é ruim", afirmou.
Na temporada 2011/2012, passarão 17 navios de luxo pela costa brasileira, menos do que os 22 do período anterior. A maioria sai dos portos de Santos e do Rio de Janeiro com destino ao Nordeste, Uruguai e Argentina. Segundo a Abav, nos último cinco anos, o fluxo de passageiros cresceu, em média, 35% ao ano. Nesta temporada, o aumento deve ser de 12%.
"A segurança dos navios não é problema porque segue o padrão internacional, mas a infraestrutura precisa melhorar bastante", ressaltou o vice-presidente da entidade. "O governo deveria visitar portos como o de Fort Lauderdale, na Flórida. Temos tudo para ser os primeiros. É só querer."
O terminal de passageiros em Santos conta com oito salões para embarque e uma área de 16,2 mil m² projetada para atender o fluxo de veículos de passeio, ônibus e vans, além de posto médico, restaurantes e lojas.
No Nordeste, a situação é diferente. A concorrência para a licitação do terminal de passageiros do Porto de Salvador foi aberta no dia 3. Em 2011, 9,8 % dos navios ancorados ali eram de passageiros. O porto teve a maior movimentação de turistas fora do eixo Rio-São Paulo na temporada 2010/2011.
Para este ano, a Companhia de Docas da Bahia (Codeba) espera a chegada de 260 mil passageiros a Salvador, 26 mil deles só em viagens marcadas para o carnaval. Em 15 anos, o fluxo de passageiros no porto baiano cresceu 1067%.
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