08 de março de 2019 | 12h54
BUENOS AIRES - Entrou em vigor neste Dia Internacional da Mulher na Argentina a Lei de Paridade de Gênero, que estabelece o número igual de homens e mulheres para candidaturas ao Congresso e ao Parlamento do Mercosul. A nova legislação já vale para as eleições gerais de outubro e foi aprovada em 2017. Ela aprofunda uma lei anterior, de 1991, que obrigava 30% das candidaturas legislativas a serem de mulher.
Nos últimos anos, o Parlamento argentino teve uma média de 40% de participação feminina, o que coloca o país no 15º lugar na lista de mulheres congressistas feitas pela União Interparlamentária. Em 2012, a Argentina também aprovou uma Lei de Identidade de Gênero, segundo a qual qualquer pessoa pode mudar de nome e gênero segundo sua consciência.
Neste Dia da Mulher, as argentinas organizaram uma greve e uma marcha que deve ir da Praça do Congresso à Praça de Maio, que deve relançar a luta pela legalização do aborto e contra a violência de gênero.
Em 2018, houve 273 feminicídios registrados na Argentina – um a cada 32 horas, segundo levantamento da ONG Casa do Encontro. Esses crimes, em sua maioria, foram praticados por maridos, namorados ou ex-cônjuges, deixando 339 filhos sem mãe.
A Argentina teve fortes avanços na organização do movimento feminista, apesar do aprofundamento das desigualdes econômicas entre homens e mulheres”, diz uma pesquisa do Centro de Estudos de Pensamento Americano (Cepa).
Segundo o levantamento, o desemprego afeta mais a mulheres que homens. Trabalhadoras do sexo feminino recebem, em média, 25% a menos que os do masculino. /AFP
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.