FOZ DO IGUAÇU - A circulação entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu diminuiu com a escalada de casos de covid no Brasil. Em Foz, os leitos de UTI estão tomados há três semanas.
“Alguns paraguaios, habituados a frequentar confeitarias, supermercados e lojas do lado brasileiro, só cruzam a fronteira agora para o que é essencial”, diz o brasileiro Marcio Giordani, que vive na cidade de Santa Roda del Monday. Ele conta que há um medo generalizado em relação ao Brasil. “Receio todo mundo tem. Quem vai para Foz é por necessidade médica.”
No lado paraguaio, não há controle na Ponte da Amizade. O Paraguai quase não impôs restrições à entrada de brasileiros. A única é a apresentação de um PCR negativo feito por laboratório autorizado até 72 horas antes da chegada. Mesmo assim, nas ruas, alguns carros com placas do Brasil são abordados.
Brasileiro que estuda medicina no Paraguai, Daniel Ronque conta que sua universidade, em Puerto Presidente Franco, vizinha a Ciudad del Este, emitiu um documento para que os alunos não tenham problemas com a fiscalização. Muitos circulam no Paraguai e já foram alvo da polícia.
Ciudad del Este sente os efeitos da pandemia. CEO do Grupo Cell Motion, Jorbel Griebeler diz que o comércio vive a pior fase desde que a Ponte da Amizade foi reaberta, em outubro, com uma redução de 70% do movimento. “O fluxo de gente caiu. Em fevereiro já começou a ficar ruim.” Para ele, os constantes lockdowns no Brasil estão refletindo no fluxo de turistas e compradores.