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ENTREVISTA-Índia diz que Paquistão ainda apoia militantes

Por SHEIKH MUSHTAQ
Atualização:

A insurgência muçulmana de duas décadas não pode acabar na Caxemira Indiana se o Paquistão não parar de armar, treinar e enviar militantes para a disputada região, afirmou neste sábado o chefe da polícia da Caxemira. "Infiltração de fora (da fronteira) está acontecendo, os campos de treinamento de fora para terroristas ainda estão funcionando as plataformas de lançamento funcionando", afirmou à Reuters o diretor-geral da polícia de Jammu e Caxemira, Kuldeep Khuda, em entrevista. "Os perpetradores da violência terrorista na Índia e particularmente na Jammu e Caxemira ainda estão abertamente propagando e apoiando o terrorismo desde o território do Paquistão. Nessa situação, não devemos esperar que o terrorismo possa ser encerrado", acrescentou. O Paquistão, que, como a Índia, reivindica a região do Himalaia que está dividida entre os países, consistentemente negou seu envolvimento em incitar a insurgência contra a Índia, que já causou a morte de 47.000 pessoas. Embora a violência no vale da Caxemira tenha caído significativamente desde que a Índia e o Paquistão iniciaram um lento processo de paz, militantes e polícia confrontam-se quase diariamente na região. A Índia "fez uma pausa" no diálogo após os ataques de Mumbai, em novembro passado, nos quais 166 pessoas morreram em três dias de ataques realizados por militantes islâmicos armados. O grupo Lashkar-e-Taiba (LeT), com base no Paquistão, foi apontado pela Índia como responsável pelos ataques em Mumbai. "Eles (grupos militantes) estão operando juntos e estão todos sendo apoiados e financiados por agências de fora. Entretanto o LeT é o grupo preferido, que está sendo mandado para lançar as maiores ações aqui," afirmou Khuda. O chefe policial do estado Jammu e Caxemira, o único da Índia que tem maioria muçulmana, concordou que ocorreram violações dos direitos humanos por parte das forças de segurança, e afirmou que todos os relatos estão sendo investigados e os culpados, punidos. "Seremos capazes de diminuir ainda mais a violência terrorista. Eu definitivamente esperaria que as pessoas se deem conta de que a paz é o caminho, não a violência", concluiu Khuda.

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