Enviado da ONU acha impossível negociação em Kosovo

Nova Constituição do país deve ser referendada pela população em plebiscito marcado para os dias 28 e 29 de outubro

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Por Agencia Estado
Atualização:

O enviado especial da ONU ao Kosovo, o ex-presidente finlandês Martti Ahtisaari, acha "quase impossível" uma solução negociada sobre o futuro estatuto da província sérvia. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, durante um seminário realizado em Helsinque. Desde sua nomeação por Kofi Annan, em novembro de 2005, Ahtisaari atuou como mediador entre o Governo sérvio, que pretende outorgar ao Kosovo uma ampla autonomia, e a maioria albano-kosovar, que aspira à independência da província, sem que por enquanto tenham sido conseguidos avanços nas negociações. "Devo ser honesto e reconhecer que não vejo uma solução negociada para o estatuto do Kosovo", afirmou Ahtisaari. "Mesmo se continuássemos sentados por toda minha vida (à mesa de diálogo), não acho que as partes progrediriam nas conversas sobre o estatuto", acrescentou. Ahtisaari criticou especialmente as autoridades sérvias por sua falta de vontade para alcançar um acordo. Segundo o ex-presidente finlandês, não cabe esperar que a posição do Governo sérvio mude após as eleições antecipadas, previstas para serem realizadas entre o final de 2006 e princípio de 2007. O Parlamento da Sérvia aprovou recentemente um projeto de Constituição que outorga ao Kosovo uma "autonomia substancial" dentro do território sérvio, com o que indiretamente se rejeita sua possível independência. A nova Constituição, pactuada pelos principais partidos governantes e da oposição, será referendada pelo povo sérvio mediante um plebiscito que será realizado em 28 e 29 de outubro.

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