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Enviado da ONU elogia tropas no sul do Líbano

Membro da entidade afirma que ataque de Israel neste sábado foi prejudicial às soluções para a região

Por Agencia Estado
Atualização:

Neste domingo, o enviado da ONU Terje Roed-Larsen elogiou a instalação do exército libanês no sul do país e disse que a entidade procura uma "solução diplomática" para as armas do Hezbollah. O enviado da ONU ao país afirmou que 2 mil soldados libaneses foram posicionados ao longo da fronteira com a Síria, mas possivelmente o número pode chegar a 8.600 solados na região. Roed-Larsen disse ainda que aproximadamente mil soldados libaneses estão na costa libanesa. "Essas são boas notícias para o Líbano, mas também são boas notícias para a comunidade internacional porque mostra que o Líbano está estabelecendo sua autoridade", apontou o enviado, no segundo dia de visitas ao país junto com o assessor especial de Kofi Annan, Vijay Nambiar. Depois da imposição da ONU por um cessar fogo entre Israel e o Hezbollah, o governo libanês planejou posicionar 15 mil soldados no sul do país, estabelecendo uma força na região pela primeira vez em 40 anos. Forças de paz internacionais vão se unir às tropas libanesas, mas alguns países ainda discutem sobre o envio de soldados para a região. Roed-Larsen afirmou ainda que as operações do exército israelense neste sábado foram "prejudiciais", afirmando que "incidentes como este vão desencorajar os avanços no sul do país" por nações que querem contribuir na força de paz. Embora Kofi Annan tenha afirmado que o caso tenha sido uma quebra do cessar fogo, estabelecido dia 14 de agosto, Israel afirmou que o ataque foi para impedir o carregamento de armas do Irã e da Síria para o Hezbollah. Antes de partir para Israel, Roed-Larsen afirmou aos repórteres que a ONU está "buscando uma solução diplomática com o governo do Líbano" sobre as armas da milícia xiita. Apesar de uma resolução da ONU de 2004 pedir o desarmamento do Hezbollah, os libaneses estão divididos em relação às armas da milícia. Grupos posicionados contra a Síria, que são maioria do Parlamento, querem o desarmamento do Hezbollah. Já o grupo a favor, apoiado por Irã e Síria, nega-se a entregar as armas. Roed-Larsen afirmou esperar por um Líbano onde " todos os grupos estejam desarmados". Sobre o bloqueio aéreo e marítimo imposto ao Líbano por Israel, o enviado considera "totalmente inútil" à economia libanesa e que o governo do país deve controlar suas fronteiras para prevenir a entrada de armas. "O problema é estabelecer as bases políticas necessárias para um cessar fogo durável, que possa levar a um acordo de paz compreensivo para a região", concluiu.

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