Enviado de Biden discute alternativa para América do Sul

Governo americano procura saída para competir com impacto econômico da iniciativa da China na região 

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Por Redação
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WASHINGTON - O governo de Joe Biden está considerando uma alternativa para competir com a iniciativa chinesa conhecida como Um Cinturão, Uma Rota, um programa de investimento internacional em comércio e infraestrutura, e um alto funcionário da Casa Branca declarou que o plano poderá incluir projetos na América Latina.

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Daleep Singh, vice-conselheiro de segurança nacional para economia internacional, viajará para Colômbia, Equador e Panamá, onde terá conversas com integrantes do alto escalão desses países, além de líderes empresariais e ativistas do setor civil sobre demandas de infraestrutura, de acordo com os relatos de funcionários do governo americano ouvidos sob condição de anonimato.

Os presidentes da Colômbia, Iván Duque, do Equador, Guillermo Lasso, e o ministro de Obras Públicas do Panamá, Rafael Sabonge, estão na agenda de reuniões de Singh.

Daleep Singh, vice-conselheiro de segurança nacional para economia internacional, viajará para Colômbia, Equador e Panamá Foto: Erick Marciscano/REUTERS

A Casa Branca quer fazer parte de projetos com maiores preocupações com o meio ambiente e elevados padrões trabalhistas do que os financiados pela China, com maior transparência financeira, de acordo com os relatos.

A iniciativa Um Cinturão, Uma Rota transformou o que já foi considerado pelos EUA como uma série de projetos desconectados de infraestrutura em uma questão central na política externa da China, de acordo com assessores do presidente Joe Biden. Com isso, a China agregou matéria prima, laços comerciais e influência geopolítica.

Biden e os líderes do G-7, formado por sete das maiores economias do planeta, discutiram, no começo do ano, uma iniciativa coordenada de infraestrutura focada em países em desenvolvimento para conter o programa chinês. Na Casa Branca, o novo projeto é conhecido como Construir Novamente e Melhor para o Mundo, ecoando uma das principais propostas do presidente junto ao Legislativo.

Entre os países em desenvolvimento, há mais de US$ 40 trilhões em necessidades de infraestrutura até 2035, de acordo com integrantes do governo americano. A Casa Branca planeja primeiro pedir sugestões de ideias de líderes locais, antes de escolher alguns projetos de destaque até o início do próximo ano.

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Eles elegeram uma série de exemplos de possíveis projetos, incluindo usinas de energia solar na Índia, estações de tratamento de água em El Salvador, ações de pesquisa e fabricação no setor farmacêutico na África do Sul que poderia produzir vacinas e tratamentos para a covid-19, projetos de tecnologia digital que poderiam resultar em uma alternativa a redes de 5G, acesso digital a fazendeiros e comerciantes no Quênia, ou investimentos em negócios comandados por mulheres no Brasil./WP

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