Os enviados especiais da União Européia (UE) ao Oriente Médio, Josep Piqué e Javier Solana, abandonaram hoje Tel Aviv depois do fracasso de sua missão em Israel, onde não aceitaram participar de uma reunião com o primeiro-ministro Ariel Sharon após seu veto ao encontro de ambos com o líder palestino Yasser Arafat. "Trata-se de um grave erro", declarou Piqué, presidente do Conselho de Ministros da UE, ao concluir um encontro em Tel Aviv com o chanceler israelense, Shimon Peres. Peres tentou convencer Piqué e Solana, alto representante para a política externa e de segurança da UE, de que o veto ao pedido de um encontro com o presidente palestino, sitiado em Ramallah, Cisjordânia, não deveria ser interpretado como uma descortesia à UE. O chefe da diplomacia israelense não teve êxito e, ao final, os dois emissários europeus decidiram anular o encontro programado em Jerusalém com Sharon. A missão incluiu também um encontro problemático com o ministro da Defesa israelense, Benyamin Ben-Eliezer. Em nome dos 15 membros da UE, Piqué pediu ao ministro respeito aos "compromissos sobre segurança". Por sua vez, o conselheiro de Sharon, Raanan Gissin, expressou seu desdém para com a tentativa de mediação européia. "Os europeus não estão na mesma categoria (que os americanos)" disse ele. "Os europeus não são negociadores honestos. Eles não nos ofereceram nada aceitável".