Enxurrada inunda terceira maior cidade da Austrália

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Por MICHAEL PERRY
Atualização:

Moradores de Brisbane, a terceira maior cidade da Austrália, usaram na segunda-feira sacos de areia para proteger suas casas da inundação que já paralisou a mineração de carvão no nordeste do país e agora ameaça o turismo. A primeira-ministra Julia Gillard disse que as enchentes não devem afetar o plano de retomada do superávit orçamentário em 2012/13, mas o J.P. Morgan previu que o desastre afetará o crescimento neste ano e pode adiar um novo aumento nas taxas de juros. As inundações no Estado de Queensland, as piores em 50 anos, chegam a cobrir uma área do tamanho da França e Alemanha juntas. Seis pessoas já morreram, e dezenas de cidades ficaram total ou parcialmente submersas. Há previsão de mais chuvas nesta semana. A polícia recomendou que as pessoas evitem viagens pelas rodovias na região de Brisbane, para deixar as estradas livres para quem precisa fugir. A localidade de Toowoomba, a oeste da capital estadual, ficou coberta por dois metros de água e lama. Duas pessoas morreram ao serem arrastadas pela enxurrada. Em Brisbane, cidade com 2 milhões de habitantes, moradores de áreas baixas receberam sacos de areia para proteger suas casas, e foram alertadas de que as inundações podem se agravar na terça e quarta-feira. Autoridades turísticas do Estado disseram que o setor pode ser afetado, mas que é cedo para quantificar o impacto. O país já vem perdendo visitantes devido à valorização do dólar australiano. As inundações já causaram prejuízos estimados em 6 bilhões de dólares, e economistas dizem que a inflação pode aumentar devido à pressão sobre os alimentos. O setor de extração de carvão, que movimenta 20 bilhões de dólares por ano no Estado, praticamente parou. "Com mais chuva caindo, pode levar meses até que as águas recuem e a extensão dos danos à infraestrutura essencial seja conhecida", disse o economista-chefe do J.P. Morgan, Stephen Walters. O banco reduziu na segunda-feira sua previsão de crescimento do PIB australiano, de 3,7 para 3,3 por cento, e elevou a previsão de inflação de 3,2 para 3,8 por cento. (Reportagem adicional de Rob Taylor em Canberra)

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