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Epidemia de cólera no Haiti ainda não alcançou seu pico, diz OMS

Doença já matou 292 pessoas; taxa de mortalidade está decaindo

Atualização:

GENEBRA - O surto de cólera no Haiti, que já deixou 292 mortos e 3.769 afetados, ainda não alcançou seu ponto máximo, embora a taxa de mortalidade esteja caindo, informou nesta quarta-feira, 27, a Organização Mundial da Saúde (OMS). "A epidemia ainda não chegou ao pico", disse em Genebra Claire Chaignat, diretora do programa especial de cólera da OMS.

 

 

Apesar da permanência do surto de cólera, a taxa de mortalidade, estipulada em 10% há oito dias, quando forma registrados os primeiros casos, foi reduzida para 7,7%. "Todos os dispositivos estão em funcionamento para frear o pior cenário, que seria uma propagação da cólera nos acampamentos de desabrigados (onde vivem cerca de 1,3 milhão de pessoas) e na capital, Porto Príncipe (que só registrou cinco casos)", disse Claire.

 

Sobre a origem da epidemia, a diretora concordou com a opinião exposta ontem em Genebra pela porta-voz da OMS, Fadela Chaib, de que "ainda é cedo para saber suas causas exatas".

 

A especialista insistiu que é necessário trabalhar em três campos de atuação para frear a expansão - tratamento dos contaminados, prevenção nas áreas não afetadas e adequação das regiões mais insalubres. "A cólera é um indicador de pobreza, pode estar latente durante anos sem chegar a emergir", acrescentou Claire, e destacou que "este é o primeiro grande surto da doença no Haiti", diferente das informações anteriores que indicavam que se tratava do primeiro surto em 100 anos.

 

Embora a cólera não seja endêmica no país caribenho, pode passar a ser em alguns anos depois deste surto, segundo a OMS. A epidemia está centralizada no departamento de Artibonite, que registra 96% dos casos, mas também teve casos registrados em Mirebalais e na capital, Porto Príncipe, onde foram confirmados cinco afetados.

 

As regiões onde ocorreram as mortes não foram afetadas pelo devastador terremoto de janeiro. A maioria dos contaminados são pessoas que vivem em áreas rurais, onde prevalece a colheita de arroz.

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Em relação a situação das fronteiras com a República Dominicana, onde nenhum caso foi registrado, Claire considerou que "não tem sentido fechá-las", mas recomendou que as autoridades do país vizinho tomem medidas de prevenção.

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