PUBLICIDADE

Equador estuda turismo como alternativa ao petróleo

Apesar do potencial turístico, a fronteira com a Colômbia é região preocupante

Por Agencia Estado
Atualização:

O turismo pode se tornar uma alternativa para o desenvolvimento sustentável da Amazônia equatoriana, afetada por constantes vazamentos de petróleo e ameaçada pela violência armada que aumenta na Colômbia. Com uma superfície de 130.035 quilômetros quadrados, a Amazônia equatoriana é um paraíso verde, um dos pulmões do mundo, com 500 mil habitantes, em sua maioria comunidades indígenas e colonos. A ministra de Meio Ambiente do Equador, María Isabel Salvador, admite que os efeitos negativos da guerra na Colômbia chegaram ao Equador. As aspersões aéreas de potentes herbicidas feitas pelo governo colombiano perto da fronteira afetam o país. A Colômbia utiliza o glifosato, um agente químico que o seu governo garante ser "inócuo" para as pessoas mas o Equador considera um veneno, prejudicando a imagem da região e o turismo, além de afetar a população. O glifosato, usado pela Colômbia para destruir plantações de coca e papoula do seu lado da fronteira, ao ser espalhado por aviões também chega a Equador, carregado pelo vento. "O Equador está presente na Amazônia com o objetivo de dar vida e não gerar morte", disse Salvador, ao informar a criação do Centro Nacional de Atendimento à Fronteira (Cenaf). O órgão fornecerá serviços de segurança, saúde e infra-estrutura básica, entre outros. "Com isto as pessoas se sentirão mais seguras para vir à região", afirmou a ministra equatoriana. Ela admitiu que a fronteira norte, com a Colômbia, é uma área de "enorme potencial turístico" explorada, por enquanto, pela iniciativa privada, mas na qual o Estado deverá intervir. O Ministério do Turismo, explicou, prepara um plano de desenvolvimento sustentável da atividade em todo o país, que será apresentado nos próximos dias. "Na região amazônica existem duas riquezas fundamentais, a natural e a étnica-cultural, que estão ameaçadas por esses dois problemas latentes, o petróleo e a violência. O plano vai traçar as ações que podem ser implementadas para enfrentar as dificuldades", disse a ministra. "O petróleo é o principal componente da economia nacional, mas queremos elaborar um plano para demonstrar que o turismo também pode se transformar, a médio e longo prazos, num elemento do desenvolvimento sustentável do Equador", acrescentou. Para a ministra, com "vontade e decisão política" o turismo pode se tornar a terceira fonte de divisas do país, além de promover a distribuição de renda.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.