LONDRES - O Equador não buscará alternativas para ajudar Julian Assange a fugir da embaixada do país em Londres, onde se refugiou há dois meses. "Queremos ser transparentes e jogar limpo. Nunca impediremos a extradição de Assange, o ajudando a fugir da embaixada escondido em uma maleta diplomática ou concedendo um passaporte especial", afirmaram fontes da embaixada.
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Meios de comunicação de todo o mundo especularam sobre de que maneira o fundador do WikiLeaks poderia sair da Grã-Bretanha sem ser detido na sede diplomática onde está refugiado. Muitas cartas, de pessoas que se ofereciam para tirar o famoso hacker do edifício, atuando, por exemplo, como sósias, foram enviadas ao local.
No entanto, o Equador insistiu que sua postura é a negociação com o Reino Unido e a Suécia para providenciar as garantias necessárias para a extradição ou conseguir um salvo-conduto que lhe permita abandonar o país de maneira legal. Assange, de 41 anos, está refugiado no local desde o dia 19 de junho, quando pediu proteção ao presidente Rafael Correa. O asilo político lhe lhe foi concedido em 15 de agosto.
O ativista, acusado em Estocolmo por agressões sexuais, sempre negou ter cometido os crimes e tenta evitar sua entrega ao país nórdico, autorizada pela Justiça britânica. O Reino Unido mantém sua postura rígida e garante que seu dever é entregar o hacker.
Fontes da embaixada equatoriana em Londres insistiram que desejam "uma solução negociada", mas, para isso, "o primeiro passo que o Reino Unido deve dar é retirar suas ameaças". O Equador afirma ter recebido uma "ameaça explícita" de Londres quando suas autoridades advertiram, por meio de um comunicado, que uma lei local lhes permitia invadir a embaixada para prender Assange.
Neste sentido, fontes do governo equatoriano em Londres afirmaram que, embora ainda não tenham feito, querem denunciar a situação aos tribunais locais e internacionais. Segundo estas fontes, desde o asilo concedido a Assange, não houve nenhum tipo de comunicação diplomática entre os dois países e o governo de Correa não põe em dúvida nem a reivindicação de extradição a Assange nem o sistema judiciário sueco.
"O que Equador pretende com o asilo não é evitar a extradição do fundador do WikiLeaks para a Suécia, mas para os Estados Unidos, onde Assange acredita que poderia ser condenado à morte ou encarcerado por toda a vida", apontaram.
Quito reconhece que a situação pode se prolongar "durante muito tempo" e considera que a solução seria a Suécia garantir que o fundador do WikiLeaks não fosse extraditado aos EUA. Outra solução apontada seria representantes da Justiça sueca irem a Londres para interrogar Assange.
Quanto à relação entre o Equador e a Suécia, estas mesmas fontes da embaixada em Londres garantem que o país escandinavo interpreta o caso como um problema bilateral entre Reino Unido e Equador, por isso decidiu se manter afastado.
Com Efe