Equador quer levar a Haia operação anticoca colombiana

Colômbia borrifa veneno contra plantações de coca na fronteira equatoriana

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Por Agencia Estado
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O governo do Equador voltou a exigir na segunda-feira que a Colômbia interrompa as fumigações aéreas na região da fronteira entre os dois países e avisou que vai recorrer à Corte Internacional de Justiça de Haia para demonstrar o dano causado em solo equatoriano. A ministra de Relações Exteriores do Equador, María Fernanda Espinosa, disse em entrevista coletiva que seu país espera que a Colômbia suspenda definitivamente as fumigações aéreas e incentive a erradicação manual de plantios ilegais de coca do seu lado da fronteira. "Para nós, a suspensão deve ser permanente, porque manter as aspersões vai prejudicar a saúde e o bem-estar de nossos irmãos equatorianos na fronteira", ressaltou a chanceler. "A Colômbia deve também reparar os danos que causou no passado", já que o herbicida glifosato, espalhado por aviões colombianos perto da fronteira, chega ao Equador arrastado pelo vento, apontou Espinosa. O presidente equatoriano, Rafael Correa, afirmou que vai tentar impedir o método, recorrendo a instâncias internacionais. Para ele, ir ao Tribunal de Haia é "uma das possibilidades" que o governo analisa. Quito estuda ainda a possibilidade de chamar de volta o seu embaixador em Bogotá, Alejandro Suárez, que em dezembro passado foi chamado a consultas pela Chancelaria. Correa comentou que a Colômbia atualmente executa a erradicação manual de plantios de coca no departamento de Nariño, na fronteira oeste com o Equador. Mas insistiu em seu pedido para que o método se estenda "ao resto da fronteira". Além disso, a chefe da diplomacia equatoriana disse que vai convidar os altos comissários para os Direitos Humanos e do Meio Ambiente das Nações Unidas para visitar a fronteira e constatar os efeitos negativos do glifosato nas povoações e na natureza.

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