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Equipe de 28 médicos inicia separação de irmãs siamesas

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma equipe internacional de médicos em Cingapura começou a realizar, neste domingo, a dificílima operação para separar as irmãs iranianas siamesas que nasceram ligadas pelo crânio. São 28 médicos e cem assistentes na cirurgia pioneira das gêmeas Ladan e Ladeh Bijani, de 29 anos, que deve durar 48 horas, mas pode chegar a quatro dias. As duas irmãs, que estão sendo operadas sentadas, dividem uma importante artéria entre os seus cérebros. A cirurgia começou neste domingo com a retirada de uma artéria da coxa direita de Ladan, que será usada para criar uma nova artéria para uma das irmãs antes que os seus cérebros sejam separados definitivamente. Um representante do hospital Raffles, de Cingapura, disse que depois de oito horas de operação, os médicos haviam começado a retirar a pele dos crânios das irmãs, na preparação para a fase mais crítica, quando tentarão dividir a artéria. Somente essa parte da cirurgia deve durar 12 horas. "É provavelmente um dos aspectos mais críticos da operação. Como dissemos antes, o principal componente na cirurgia de Laleh e Ladan é a artéria dividida", afirmou o doutor Prem Kumar Nair. Ele disse que o cronograma da operação estava duas horas atrasado, mas que tudo estava transcorrendo como esperado e que os médicos estão satisfeitos com o progresso. Em outra fase, os cérebros serão separados, antes da reconstrução cirúrgica da pele e dos tecidos na área exposta das duas cabeças, usando músculos e enxertos de pele. O presidente iraniano, Mohammed Khatami, afirmou que toda a sua nação está rezando pelo sucesso da operação. Em um comunicado especial para as gêmeas, ele afirmou estar seguro de que, com a ajuda de Deus, a operação inédita terá um resultado feliz. As chances de sobrevivência das irmãs, segundo os médicos, são de 50%. No entanto, ambas dizem aceitar o risco da morte para que a outra possa levar uma vida independente. Em 1996, médicos alemães se recusaram a realizar a operação por considerá-la "arriscada demais". Se o resultado da cirurgia pioneira for positivo, as irmãs receberão acompanhamento psicológico para lidar com os efeitos emocionais da separação. Elas nasceram em Firouzabad, no sul do Irã, em 1974.

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