PUBLICIDADE

Equipe de buscas enfrenta mau tempo na busca por destroços de avião da AirAsia

Navios e aeronaves atravessaram as águas de Bornéu nesta sexta-feira em busca dos destroços de um avião de passageiros da AirAsia, porém o mau tempo impediu novamente as buscas pelo avião e as caixas-pretas, que devem revelar o motivo da queda. Uma autoridade afirmou que 30 corpos foram recuperados, junto com pedaços do avião, em uma busca liderada pela Indonésia pelo voo QZ8501 que está concentrada a 1.575 milhas náuticas a norte do mar de Java. Fortes ventos e mares agitados têm impedido mergulhadores de buscar a fuselagem do Airbus A320-200, que caiu nas águas no domingo enquanto viajava de Surabaya, segunda maior cidade da Indonésia, para Cingapura com 162 pessoas a bordo. "As ondas estavam entre 3 e 4 metros hoje, dificultando a coleta de corpos pelos navios e entre navios", disse o chefe da agência de buscas e resgates da Indonésia, Fransiskus Bambang Soelistyo, a jornalistas em Jacarta, acrescentando que algumas embarcações fariam buscas durante a noite. "Hoje a noite enviaremos barcos de reboque que devem fazer as transferências (de corpos) mais facilmente." Ele afirmou que dois dos 30 corpos encontrados estavam presos nos assentos do avião. A operação de busca multinacional com base em Pangkalan Bun, cidade ao sul de Bornéu mais próxima da área de busca, foi reforçada nesta sexta-feira por especialistas da agência francesa BEA, responsável por investigar todas as quedas de aviões da Airbus. Autoridades disseram que hidrofones da equipe francesa, sofisticados dispositivos que captam ondas sonoras transmitidas através da água, e equipamentos sonares trazidos por outros especialistas internacionais não puderam ser usados nesta sexta-feira devido às ondas grandes. No entanto, embarcações navais de Indonésia, Estados Unidos e Cingapura estavam usando sonares para varrer o fundo do mar.

Por FERGUS JENSEN E GAYATRI SUROYO
Atualização:

TEORIA DA PERDA DE SUSTENTAÇÃO

PUBLICIDADE

A causa da queda, a primeira sofrida pelo grupo AirAsia desde que começou a voar em 2002, ainda está sem explicação. Investigadores estão trabalhando com a teoria de que o avião perdeu sustentação à medida que subia de maneira íngreme para evitar uma tempestade cerca de 40 minutos após a decolagem.

Autoridades disseram mais cedo que deverá levar até uma semana para encontrar as caixas-pretas, as quais os investigadores esperam que revelem a sequência de eventos da cabine do piloto durante os últimos minutos de um voo que deveria durar duas horas.

"Depois que as caixas-pretas forem encontradas, seremos capazes de divulgar um relatório preliminar dentro de um mês", disse o investigador do Comitê Nacional para Segurança de Transporte, Toos Sanitioso. "Ainda não podemos especular o que causou a queda."

Mesmo com mau tempo, a busca pelo avião da AirAsia é menos desafiadora tecnicamente do que a busca de dois anos por um avião da AirFrance que caiu em águas profundas do oceano Atlântico em 2009, ou que as infrutíferas buscas pelo voo MH370 da Malaysia Airlines que desapareceu no ano passado.

Três desastres aéreos envolvendo aviões ligados à Malásia em menos de um ano têm assustado os viajantes.

O voo MH370 da Malaysia Airlines desapareceu em março quando viajava de Kuala Lumpur para Pequim com 239 passageiros e tripulantes, mas não foi encontrado. Em 17 de julho, o voo MH17 da mesma companhia foi derrubado sobre a Ucrânia, matando todas as 298 pessoas a bordo.

Publicidade

A bordo do voo QZ8501 estavam 155 indonésios, três sul-coreanos, uma pessoa de Cingapura, uma da Malásia e outra da Inglaterra. O copiloto era francês.

(Reportagem adicional de Cindy Silviana, Kanupriya Kapoor, Michael Taylor, Adriana Nina Kusuma, Charlotte Greenfield, Nilufar Rizki e Nicholas Owen, em Jacarta; de Jane Wardell, em Sydney; e de Anshuman Daga, em Cingapura)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.