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Escândalo dos grampos derruba executivo do 'WSJ'

Por AE
Atualização:

Les Hinton, um dos executivos mais importantes da News Corp., empresa do magnata Rupert Murdoch, pediu demissão ontem. Ele era diretor da News International, braço britânico do grupo, na época do escândalo das escutas telefônicas do tabloide News of the World. Atualmente, Hinton era diretor da Dow Jones, que publica o jornal Wall Street Journal. Foi a segunda demissão em menos 24 horas de executivos ligados a Murdoch. Pouco antes, a ex-editora-chefe do News of the World, Rebekah Brooks, também deixou o cargo de CEO da News International. As saídas de dois dos jornalistas responsáveis pelo tabloide britânico foram anunciadas no mesmo dia em que o magnata australiano divulgou um pedido de desculpas às famílias grampeadas, que seria publicado nos principais jornais da Grã-Bretanha neste fim de semana. Ele foi a primeira vítima causada pelo escândalo dos grampos na parte americana do conglomerado, que pode sofrer ainda novas baixas. Na quinta-feira, o FBI anunciou que começou a investigar supostas escutas ilegais a parentes das vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001 (mais informações nesta página).Pressão sauditaA demissão de Rebekah ocorreu poucas horas depois de a BBC exibir uma entrevista com o segundo maior investidor do grupo de Murdoch, o bilionário príncipe saudita Al-Waleed bin Talal al-Saud, que pediu a cabeça da jornalista. O príncipe disse que Rebekah deveria deixar o cargo se achasse que sua conduta na chefia do News of the World foi inadequada. "Para mim, ética é muito importante, não vou lidar com uma mulher sobre a qual exista dúvida a respeito de sua integridade", afirmou.Ela era responsável pelo tabloide durante a cobertura do caso da adolescente Milly Dowler, de 13 anos, assassinada em 2002. A jovem teve a caixa postal de seu celular grampeada e os recados foram apagados, dando esperanças à família e à polícia de que ela ainda estivesse viva e monitorando suas mensagens. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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