O Partido Nacional Britânico (BNP), legenda de extrema direita contrária à imigração e à União Europeia (UE), registrou um aumento de adesões desde o surgimento do escândalo das despesas parlamentares na Grã-Bretanha. Revelada na segunda-feira, a informação é do próprio líder do partido, Nick Griffin. Em campanha no noroeste industrial da Grã-Bretanha na corrida para as eleições europeias do dia 4, Griffin disse que ficou chocado com a dimensão da fúria pública com relação a membros do Parlamento. Segundo ele, os escândalos ampliaram a filiação a seu partido. "As coisas estão muito boas para nós nas ruas de Carlisle", disse, referindo-se à cidade manufatureira do noroeste britânico. "A revolta ali é muito forte e a resposta que tivemos, muito boa, melhor até do que há três semanas. Atribuo isso aos escândalos das despesas." Com uma plataforma de políticas fortemente contrárias à imigração, especialmente de países muçulmanos, e à União Europeia, o BNP permanece marginal na política britânica. Mas o partido espera que um baixo comparecimento às urnas, somado à insatisfação com as enormes despesas de parlamentares, o ajude a ganhar terreno desta vez. Nas últimas eleições europeias, em 2004, a legenda conquistou quase 7% dos votos em alguns distritos, mas não obteve nenhum assento entre os 785 do Parlamento da UE. Griffin tinha dito que conquistaria pelo menos uma cadeira desta vez. Para ele, a crise econômica atrairia ao BNP o apoio de áreas de baixa renda. Mas, desde o surgimento do escândalo de despesas, há duas semanas, as ambições aumentaram e ele agora acredita que o partido pode se sair melhor. "Esperávamos conquistar um assento em algum lugar da Grã-Bretanha, com alguma chance de conseguir dois ou três. Agora, acho que temos uma chance real de levar cinco, seis ou sete cadeiras", disse.