Escassez de alimentos ameaça capital da Bolívia

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Por Agencia Estado
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A capital da Bolívia enfrenta uma crescente escassez de alimentos, causada pelos bloqueios promovidos por trabalhadores rurais do oeste do país há 10 dias. O governo tentava resolver o problema fazendo novos chamados ao diálogo. Os camponeses da província de La Paz fizeram uma petição de 72 pontos, que vão desde a compra de tratores à liberação de um dirigente acusado de assassinato e o repúdio à possível venda de gás aos Estados Unidos e México. A atual falta de alimentos ainda não é alarmante, segundo o prefeito Juan del Garanado, mas começou a ser sentida na terça-feira, quando lavradores das aldeias próximas a La Paz chegaram aos mercados populares para exigir que fossem fechados. A população reclama da falta de verduras e hortaliças nos supermercados dos bairros. A polêmica do gás dividiu os bolivianos. Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira, realizada pela empresa Equipo Mori, indica que nas cidades a oeste de La Paz, El Alto e Cochabamba, 70% dos pesquisados opõem-se à exportação de gás - 28% são a favor. Nas regiões leste e sul, que englobam Santa Cruz, Sucre e Tarija, que abrigam as reservas de gás, 58% apóiam a exportação e 39% são contra. Apesar do controle policial e militar, as principais estradas do departamento de La Paz permanecem bloqueadas, mas o trânsito flui normalmente no resto do país. Os protestos intensificaram-se depois da morte, no sábado, de sete pessoas em confrontos entre camponeses e as forças da segurança.

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