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Escritoras francesas negam ter enviado dinheiro a Battisti

Historiadora amiga de ex-terrorista foi detida em Copacabana com R$ 24,3 mil

Por Agencia Estado
Atualização:

As escritoras francesas Lucie Abadia e Fred Vargas negaram na última quarta, 21, em Paris, serem as responsáveis pelas remessas de dinheiro que sustentavam o ex-terrorista Cesare Battisti no Brasil, onde ele vivia clandestinamente. Lucie, de 55 anos, também historiadora, foi detida no domingo em Copacabana, no Rio, a 100 metros do local onde Battisti havia sido preso no mesmo dia. Com ela foram encontrados 9 mil (R$ 24,3 mil), que teriam sido enviados da França por um comitê formado por um grupo de intelectuais liderado por Fred. Battisti foi descoberto em uma operação conjunta da Polícia Federal, das polícias francesa e italiana e da Interpol (polícia internacional). Ex-militante do grupo de extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), que nos anos 70 confrontava os governos de direita italianos, Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália em 1993 - em um julgamento do qual não participou - por suposto envolvimento na morte de 4 pessoas. Depois de alternar um período de clandestinidade a outro de asilo político na França, ele era procurado desde agosto de 2004, três semanas após o Conselho de Estado francês decretar sua extradição à Itália. A decisão gerou enorme controvérsia, opondo políticos e intelectuais de esquerda e direita na França. Lucie disse que o dinheiro que portava seria usado para custear suas viagens de Paris ao Rio e depois a São Paulo, onde negociaria a republicação de um livro. Na França, Lucie está na casa de Fred Vargas, amiga de Battisti, por quem também é defendida: "Lucie foi falsamente acusada por Nicolas Sarkozy (ministro do Interior da França e candidato à presidência), que quer tirar proveito do caso na campanha. Não houve encontro entre ela e Battisti e nem prisão em flagrante". No Rio, os advogados Eric Turcon e Edgar Vicensini, que partiram da França na segunda-feira, trabalham ao lado de juristas brasileiros. Dos quatro ex-militantes de extrema-esquerda italianos presos no País antes de Battisti, nenhum foi extraditado.

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