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"Escudos humanos" começam a se reunir em Bagdá

Por Agencia Estado
Atualização:

Pacifistas europeus e norte-americanos passaram seus braços em torno de postes em uma ponte sobre o Rio Tigre nesta quinta-feira, para simbolizar sua intenção de agir como escudos humanos numa eventual guerra dos Estados Unidos contra o Iraque. Os 14 ativistas, a maioria proveniente da Itália, compõem um dos primeiros grupos intitulados "escudos", sugerindo que eles ficariam posicionados em potenciais alvos para conter bombardeios. Mas eles reconhecem que sua missão é apenas uma tentativa de deter uma invasão de tropas para a derrubada de Saddam Hussein. "Não tenho a intenção de virar uma mártir", disse a canadense Roberta Taman. "Estou aqui por acreditar que o mundo quer paz e nós podemos conquistá-la." Os ativistas, organizados pela Equipe de Paz no Iraque, passaram a semana colocando faixas sobre prédios públicos de Bagdá, inclusive uma usina de energia, uma estação de tratamento de água e a Ponte dos Mártires, sobre o Rio Tigre. "Bombardear este lugar representa um crime de guerra", diziam as faixas. Outros 60 escudos humanos provenientes da Europa e dos Estados Unidos obtiveram vistos na Embaixada do Iraque em Ancara, Turquia, na terça-feira. Eles também se dirigem de ônibus ao território iraquiano. "Um país que mal pode fornecer água a seus cidadãos não pode ser uma ameaça ao mundo", dizia o espanhol Ignacio Cano a jornalistas, pouco depois de chegar a Bagdá. Um grupo de 46 pessoas, composto essencialmente por norte-americanos, lembrava que a Convenção de Genebra considera crime de guerra o ataque a estruturas essenciais para a vida civil. Em 1991, durante a Guerra do Golfo, aviões de guerra dos Estados Unidos destruíram usinas de energia iraquianas.

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