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Esforços diplomáticos por cessar-fogo se arrastam; ofensiva segue intensa

Discussões continuam, mas não haverá reunião dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e nem um texto para análise neste fim de semana.

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Conselho de Segurança da ONU, o ganês Nana Affah-Apenteng descartou um acordo sobre o cessar-fogo no Líbano antes de segunda-feira. Em entrevista publicada neste sábado no jornal libanês, editado em francês, L´Orient-Le Jour, o diplomata ressaltou que "até segunda-feira não será possível saber se as negociações atingiram seu objetivo". "As discussões continuam, mas não haverá reunião dos cinco membros permanente do Conselho e nem um texto para análise dos especialistas este fim de semana", ressaltou. Affah-Apenteng explicou que o primeiro texto que está sendo trabalhado "se baseia na proposta francesa, que dará os parâmetros para um segundo, detalhando a natureza da força internacional de estabilização". Fontes diplomáticas, citadas pelo jornal libanês, informaram que os Estados Unidos estão à espera da reunião deste fim de semana entre o secretário de Estado adjunto para Assuntos do Oriente Médio, David Welch, e o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora. Na noite de sexta-feira, Nova York, Washington e Paris reduziram divergências sobre o tema e aproximaram suas posições sobre a proposta de resolução a apresentar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. A França quer que a Força Provisória da ONU no Líbano (Unifil), que atualmente está no sul do país, supervisione o cessar-fogo, apoiada pelo Exército libanês. Já os EUA defendem que Israel fique no sul até a chegada do novo contingente. Siniora, por sua vez, só aceita uma força de paz das Nações Unidas apoiada pelo Exército. Caso haja um consenso sobre a minuta da resolução, o Conselho de Segurança votaria sua aprovação em menos de 24 horas. Combates continuam Enquanto se arrastam os esforços diplomáticos, a guerra se estende no Líbano. Forças israelenses voltaram a bombardear o Líbano nas primeiras horas deste sábado, com ataques na capital, Beirute, e supostas posições do Hezbollah, em Tiro, no sul do país. Foram ouvidas explosões nos subúrbios do sul de Beirute. Durante a noite de sexta-feira para sábado (horário local) Israel prosseguiu suas operações na cidade de Tiro, a mais importante do sul do Líbano. A antiga capital fenícia foi palco de duros combates entre o Exército israelense e milicianos do grupo xiita Hezbollah, que evitaram a entrada dos comandos de Israel na cidade. Outro alvo dos ataques israelenses foi o campo de refugiados palestinos de Rashidiyeh, nos arredores de Tiro. Segundo a Polícia libanesa, várias pessoas ficaram feridas. A rede de televisão libanesa LBC informou que pelo menos uma pessoa foi morta e várias ficaram feridas num ataque da aviação israelense à cidade de Nabatiyeh, no sul do Líbano. Nabatiyeh é um dos principais redutos do Hezbollah no sul do Líbano e, assim como Tiro, uma das cidades mais castigadas pelos bombardeios israelenses. Um soldado israelense morreu e outros oito foram feridos, durante combates travados entre tropas de Israel e milicianos do Hezbollah na cidade de Tiro, informaram fontes militares.

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