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Espaço aéreo começa a ser reaberto no norte e no oeste da Europa

França já opera maior parte dos aeroportos; Reino Unido e Alemanha ainda enfrentam restrições

Atualização:

 

LONDRES - O espaço aéreo da maior parte da França foi reaberto nesta terça-feira, 20, mas o da Alemanha permanecerá fechado até as 18 horas ( 15 horas de Brasília), embora a Deutsche Lufthansa e a Air Berlin tenham recebido permissão para alguns voos de "visão", em altitudes mais baixas e sob o controle de pilotos, não de instrumentos. Os transtornos são causados pelas cinzas do vulcão Eyjafjallajokull, na Islândia, que cobrem parte do céu europeu.

 

 

Controladores do tráfego aéreo deram sinal verde para a retomada dos voos comerciais, mas as condições permaneciam variáveis em vários locais e algumas companhias tinham dificuldades para fazer planos. A Eurocontrol, agência que coordena o tráfego aéreo em 38 países da Europa, afirmou prever que 14 mil sejam realizados hoje. O número é praticamente a metade da média em um dia normal, que oscila entre 27 mil e 28 mil voos.

 

As companhias aéreas se apressavam para tirar suas aeronaves do solo. A alemã Lufthansa operará cerca de 200 voos hoje, entre eles a maioria dos adiados em dias anteriores, disse uma porta-voz. O ministro da Ecologia da França, Jean-Louis Borloo, disse à rádio RTL que três quartos dos voos internacionais previstos devem partir dos aeroportos de Roissy e Orly. A Air France-KLM afirmou que suas operações nesses dois terminais deve voltar ao normal.

 

A KLM, braço holandês da Air France-KLM, informou ter retomado hoje a maioria de seus voos intercontinentais e mais da metade de suas operações na Europa. A companhia informou que trabalhava para levar os passageiros presos de volta para suas casas o mais rápido possível.

 

Reino Unido

 

Os aeroportos na Escócia e no norte da Inglaterra reabriram nesta terça. Um porta-voz do operador de aeroportos BSS confirmou que os aeroportos em Glasgow, Edimburgo e Aberdeen estavam operando, mas outros - entre eles Heathrow, Stansted e Southampton - seguiam fechados. A agência de Serviços Nacionais de Tráfego Aéreo do Reino unido informou, em sua última atualização, que o espaço aéreo sobre a Escócia e o norte da Inglaterra, até o aeroporto de Newcastle, no sul, continuará funcionando até a meia -noite (21 horas em Brasília), mas as restrições continuarão a valer no restante do país abaixo da altitude de 20 mil pés.

 

CinzasO vulcão da Islândia entrou em erupção na quarta-feira passada e lançou grandes quantidades de cinzas sobre o continente. Há o temor de que as partículas causem danos aos motores das aeronaves e possíveis acidentes. O serviço de controle de tráfego aéreo britânico (Nats, na sigla em inglês) informou que as últimas informações sobre o vulcão são de que a situação "continuará a ser variável".Uma nova nuvem com cinzas vulcânicas do Eyjafjallajokull passará pelo Reino Unido e Dinamarca, mas não pela França, conforme previu hoje o Centro Consultivo Europeu sobre Cinza Vulcânica. A nova nuvem de cinza deve chegar aos céus europeus ainda nesta terça e o Reino Unido, em particular, deve sofrer mais transtornos.Já a geofísica Sigrun Hreinsdottir, da Universidade da Islândia, afirmou que não houve sinais de aumento na atividade vulcânica. Segundo a especialista, a tendência é que o vulcão perca força. Gudrun Nina Petersen, do Escritório Meteorológico Islandês, disse que o Eyjafjallajokull está claramente expelindo menos cinzas.CustosCompanhias aéreas e operadores de turismo continuavam a estimar o impacto financeiro do caos. A companhia irlandesa Aer Lingus calculou custos totais com os cinco dias de problemas entre 15 milhões e 20 milhões de euros. A companhia previu que o custo diário varia entre 4 milhões e 5 milhões de euros, como resultado das perdas nos negócios e no apoio aos passageiros que não podem voar.O setor industrial também sente o problema nas rotas globais. A japonesa Nissan Motor informou hoje que suspenderá temporariamente parte de suas linhas de produção domésticas, pois não conseguia importar sensores da Irlanda. O vulcão islandês deixou pelo menos oito milhões de passageiros em terra e custou às companhias aéreas pelo menos US$ 1 bilhão. As informações são da Dow Jones.

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