Espanha cancela venda de aviões militares para a Venezuela

Presidente George W. Bush proíbe o uso de tecnologia norte-americana nas aeronaves e inviabiliza o negócio entre os dois países

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma empresa estatal espanhola cancelou planos de vender 12 aviões de transporte militar para a Venezuela. A recusa se deve à negativa dos Estados Unidos de permitirem que fosse usada sua tecnologia na aeronave, tornando os custos proibitivos, informou nesta quarta-feira o ministro do Exterior, Miguel Angel Moratinos. O consórcio aeronáutico europeu EADS e a estatal espanhola Construcciones Aeronáuticas Sociedad Anónima (CASA) tentaram substituir a tecnologia de navegação e de radar usadas sob licença americana diante das objeções da administração Bush de venda de equipamento militar ao governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez. A substituição do material americano por europeu, no entanto, exigiria a modificação total do desenho das aeronaves, o que faria com que o custo superasse o total pedido pelos 12 aviões, explicou Moratinos. Espanha e Venezuela haviam acertado o negócio em novembro, que também incluía a construção em estaleiros espanhóis de oito lanchas de patrulha. O preço total era de US$ 2.2 bilhões - o maior contrato de defesa já firmado pela Espanha. Desse total, US$ 630 milhões eram destinados à aquisição de 10 aviões de transporte C295 e dois patrulheiros C2-195. O governo Bush, alegando que Chávez é uma força desestabilizadora na América Latina, não autorizou que os aviões incluíssem tecnologia americana. No início deste ano, Hugo Chávez anunciou a compra de 100 mil fuzis russos AK-103. A Venezuela já havia adquirido do país europeu dez helicópteros militares dos modelos Mi-17, Mi-26 e Mi-35, por US$ 120 milhões.

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