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Espanha desiste de julgar agentes da ditadura argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo espanhol rejeitou o pedido do juiz Baltasar Garzón para que seja requisitada a extradição de 40 argentinos indicados, na Espanha, por violações de direitos humanos durante a ?guerra suja? da ditadura militar na Argentina, de 1976 a 1983. O vice-primeiro-ministro Mariano Rajoy informou que o governo repudiou o pedido de Garzón porque a Argentina derrubou duas leis que anistiavam centenas de militares implicados nesse tipo de crime. Agora, diz Rajoy, é possível que os suspeitos sejam julgados na Argentina. ?Quando certos crimes são cometidos em determinado país e é possível julgá-los neste mesmo país, isso deve ser feito. É o princípio da territorialidade?, disse. Na Argentina, a notícia de que a Espanha não iria pedir a extradição dos argentinos foi recebida com desânimo pelos grupos de defesa dos direitos humanos e com cautela pelo governo de Néstor Kirchner. Hebe de Bonafini, líder da ala radical das Mães da Praça de Maio, reagiu dizendo que o resultado era esperado, tendo em vista o caráter ?fascista e de direita? do primeiro-ministro espanhol, José María Aznar. O advogado Ricardo Monner Sans, defensor de vítimas da ditadura, afirmou que o governo espanhol, talvez inadvertidamente, interferiu no debate interno argentino sobre a validade da revogação das anistias - que, segundo alguns juristas, só será válida se aceita pela Suprema Corte. O juiz federal Rodolfo Canicoba Corral, que determinou a prisão dos 40 indiciados por Garzón, declarou que determinará a soltura de todos assim que receber a confirmação oficial de que a Espanha abre mão da extradição.

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