
28 de outubro de 2013 | 12h17
Segundo reportagem publicada pelo jornal espanhol El Mundo, a NSA espionou mais de 60 milhões de chamadas telefônicas na Espanha entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro deste ano. A notícia baseou-se em informações contidas em documentos secretos vazados por Edward Snowden, o ex-técnico terceirizado da NSA que está asilado na Rússia.
Após o encontro com o embaixador dos EUA, o Ministério não fez nenhum referência direta ao texto do El Mundo, no entanto exigiu que as autoridades dos EUA entreguem as informações necessárias sobre a "suposta espionagem realizada na Espanha".
Madri também alertou Washington sobre a "importância de preservar o clima de confiança que existe nas relações bilaterais" e pediu informações sobre a extensão de tais práticas, que, "se verdadeiras, são inadequadas e inaceitáveis entre países" aliados.
O embaixador, por sua vez, relembrou que a Espanha já se beneficiou de dados de inteligência norte-americanos. Os EUA "reconhecem que alguns de nossos aliados mais próximos mostraram preocupações sobre a recente série de revelações não autorizadas de informações secretas", disse.
James Costos também afirmou que os programas da NSA aos quais a mídia se refere são de "segurança nacional" e "desempenharam um papel crucial em proteger os cidadãos dos EUA".
"Eles também desempenharam um papel instrumental na nossa coordenação com os nossos aliados e em proteger seus interesses também."
Costos destacou o pedido de uma revisão interna pelo presidente dos EUA, Barack Obama, para garantir que os dados de inteligência coletados sejam informações que "devem e precisam ser coletadas".
"Em última instância, os EUA precisam colocar na balança o importante papel que esses programas desempenham em proteger a segurança nacional" e o ato de proteger a segurança dos aliados com "preocupações legítimas de privacidade", afirmou o embaixador em um comunicado.
De acordo com o El Mundo, um gráfico de barras mostra o fluxo diário de chamadas interceptadas durante o período de cerca de um mês. Apenas no dia 11 dezembro os EUA teriam espionado mais de 3 milhões e meio de ligações registradas em solo espanhol.
Os dados não apresentam o conteúdo das chamadas, mas mostram o número de série dos aparelhos que se comunicaram, o lugar onde se encontravam, o número dos chips de celulares usados e a duração da ligação. O jornal acrescenta que os documentos também contêm informações pessoais obtidas pela internet, por e-mail e em redes sociais como Facebook e Twitter. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.
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