30 de maio de 2011 | 18h24
Os espanhóis alegam que não há evidências até o momento para provar que a origem da infecção seja a Espanha, de modo que os produtos podem ter sido contaminados no manuseio posterior. A ministra da agricultura Rosa Aguilar rejeitou as acusações de que a contaminação começou na Espanha.
"Na Alemanha, os pepinos espanhóis foram identificados como responsáveis por essa situação. Deve ser dito que isso não é verdade e teremos de questionar as autoridades alemãs para que revelem a investigação que estão realizando", disse, em conferência. "Nosso entendimento é de que o problema não vem do país de origem. A própria Comissão Europeia destacou que não pode ser afirmado que o problema iniciou na Espanha", segundo a ministra.
Ela acrescentou que vai intervir junto à UE pelas suspeitas levantadas contra os pepinos orgânicos espanhóis. "A imagem da Espanha está sendo danificada, os produtores espanhóis estão sendo prejudicados e o governo espanhol não está preparado para aceitar essa situação", criticou. "Os danos ao setor espanhol são enormes."
A federação de produtores e exportadores de frutas e vegetais da Espanha, Fepex, disse que a crise pode provocar perdas de milhões de euros, com possibilidade de efeito cascata em outros produtos agrícolas do país. "Exportamos quase 200 milhões de euros por semana e acabamos de ter uma semana com uma crise que nos afetou muito negativamente", declarou o diretor da Fepex, José Maria Pozancos, após reunião com Rosa Aguilar.
Em comunicado, a Fepex afirmou que as acusações da Alemanha criaram alarde entre os compradores europeus, paralisaram encomendas de alguns produtos e levaram a cancelamentos de outras compras. A Espanha exportou 9,4 milhões de toneladas de frutas e vegetais em 2010, das quais 24% foram para a Alemanha, segundo a federação. "As consequências econômicas são muito sérias para o setor de frutas e vegetais espanhol."
Aguilar avisou, ainda, que a Espanha vai acionar mecanismos disponíveis da OMC. "Logicamente também vamos exigir uma resposta dentro do cenário da União Europeia pelos prejuízos e também vamos pedir à Alemanha que assuma a sua própria responsabilidade."
Além das 12 mortes na Alemanha, centenas de outras pessoas estão internadas por suspeita de contaminação com a bactéria E.coli, considerada altamente perigosa. Já são 329 casos registrados na Alemanha, 30 na Suécia, 11 na Dinamarca, dois na Áustria, dois na Holanda e três no Reino Unido. As informações são da Dow Jones.
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