
28 de setembro de 2010 | 12h33
A operação, coordenada pela Audiência Nacional, foi realizada em várias localidades do País Basco e na vizinha comunidade de Navarra, informou o governo. As prisões seguem estreitando o cerco sobre o ETA, apesar da trégua declarada unilateralmente pela organização basca em 5 de setembro.
Os sete suspeitos foram acusados pelo crime de pertencer a uma quadrilha. Nenhum tinha antecedentes judiciais. Os presos pertencem ao movimento Askapena, aparato de relações internacionais do ETA, segundo o Ministério do Interior. O objetivo do Askapena é estabelecer vínculos com grupos próximos, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e passar as diretrizes da organização a coletivos de etarras exilados.
Entre os sete detidos está Walter Wendelin, apontado como o líder do Askapena e um dos principais embaixadores do grupo basco na América Central e do Sul. Wendelin, de origem suíça e nacionalidade alemã, vive a maior parte do tempo no País Basco, mas nos últimos anos aumentou a frequência de suas viagens à América Latina. Em março passado, autoridades da Venezuela impediram sua entrada no país. Wendelin foi deportado para a França e, posteriormente, ficou em liberdade.
O Askapena emitiu uma nota de protesto, definindo Wendelin como um "revolucionário", fervente defensor de Cuba, Bolívia e Venezuela, assim como dos movimentos de integração regional como a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA).
A expulsão de Wendelin da Venezuela foi interpretada na Espanha como um gesto do governo do presidente Hugo Chávez, após as informações sobre as supostas relações entre Venezuela, o ETA e as Farc. O ETA é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia. O grupo já matou mais de 825 pessoas desde o fim dos anos 1960, em sua campanha por um País Basco independente da Espanha.
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