Espanha prende trio da Al-Qaeda

Operação policial detém dois chechenos e um turco com explosivos capazes de destruir um ônibus e planos de um ataque aéreo

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Por MADRI
Atualização:

As autoridades da Espanha prenderam três suspeitos de integrar a rede terrorista Al-Qaeda, em uma operação que, segundo o governo local informou ontem, apreendeu explosivos suficientes para destruir um ônibus. De acordo com o ministro do Interior do país, Jorge Fernández Díaz, os acusados, detidos na quarta-feira, "poderiam planejar um atentado" em território espanhol ou outras nações da Europa.Dois dos acusados - de acordo com as primeiras informações, de cidadania chechena - foram detidos sem documentos em um ônibus em Almuradiel, a caminho da fronteira com a França. Até ontem, as autoridades ainda tentavam confirmar suas nacionalidades exatas.O outro suspeito, um turco, foi encontrado no sul da Espanha, em um apartamento de La Línea de la Concepción, na região de Cádiz, onde estavam escondidos os explosivos - segundo o ministro, "um material (...) especialmente danoso se lhe forem acrescentados estilhaços"."São pessoas extremamente perigosas." De acordo com Fernández, os suspeitos estavam na Espanha havia cerca de um mês e a operação foi montada para detê-los antes que eles saíssem do país.O ministro disse que um dos presos no ônibus - que ia de La Línea à cidade fronteiriça de Irún, no País Basco - ofereceu uma "resistência descomunal". Segundo Fernández, esse suspeito ocupa um posto "muito importante dentro da estrutura da Al-Qaeda ocidental" e tem experiência em fabricação de explosivos, habilidade de franco-atirador e conhecimento em manipulação de venenos, afirmou a agência EFE.De acordo com o jornal espanhol ABC, "documentação referente ao uso de ultraleves e aviões teleguiados" foi apreendida juntamente com os explosivos. O diário El País afirmou que, segundo informações de inteligência, os suspeitos haviam recebido treinamento em voo de parapentes motorizados e havia a desconfiança que os possíveis ataques promovidos por eles ocorressem pelo ar.Segundo as investigações, os detidos receberam treinamento militar em campos do Paquistão e do Afeganistão, informou El País. De acordo com o jornal espanhol, o preso turco - que é casado com uma marroquina e trabalhava em Gibraltar - agia como um "facilitador" para as operações dos outros dois presos, "muito ativos na estrutura terrorista".Os acusados são suspeitos de integrar o grupo jihadista Lashkar-i-Taiba, movimento ligado à Al-Qaeda responsável pelas mortes de mais de 170 pessoas em Mumbai, numa série de explosões que atingiu a cidade indiana em 2008.A polícia espanhola desconfia que mais explosivos além do artefato encontrado no apartamento do turco eram escondidos no local, pois, em uma ligação telefônica interceptada pela investigação, a mulher do suspeito lhe disse que tinha limpado o local recentemente.No início do mês passado, a Al-Qaeda emitiu um comunicado conclamando os "lobos solitários que vivem entre os inimigos" e falam espanhol a realizar ataque suicidas.Outras prisões. Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, mais de 500 suspeitos de terrorismo foram detidos na Espanha. Em 2004 - ano que registrou mais detenções e em que um atentado em Madri deixou 191 mortos no dia 11 de março - 131 supostos terroristas foram presos. / REUTERS e EFE

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