Especialistas alertam para o perigo de explosivos líquidos

Advertência foi feita depois de a polícia britânica frustrar, na quinta-feira, um plano terrorista de atentados contra aviões de passageiros

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Por Agencia Estado
Atualização:

Qualquer produto químico de uso doméstico e em forma líquida, por mais insignificante que pareça, pode ser usado de forma letal em aviões de passageiros, alertaram analistas dos Estados Unidos. A advertência foi feita depois de a polícia britânica frustrar, na quinta-feira, um plano terrorista de atentados contra aviões de passageiros que, se tivesse sido bem sucedido, seus resultados teriam sido tão devastadores quanto aos dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, que mataram cerca de 3 mil pessoas. Segundo o secretário de Segurança Interna dos EUA, Michael Chertoff, os terroristas planejavam usar líquidos que, misturados, podiam se transformar em explosivos mortais. Criminologistas e especialistas em terrorismo disseram à imprensa local que "há anos" vêm alertando para o risco que corre a aviação comercial de atentados com explosivos produzidos pela mistura de substâncias químicas de uso doméstico. Steven Lancaster disse ao jornal The Washington Post que disfarçar as substâncias é muito simples. "Tirar os líquidos originais de seus recipientes e encher de explosivos é muito fácil", explicou Lancaster, vice-presidente da Guardian Technologies, uma empresa fabricante de equipamentos de segurança. A bordo de um avião, combinar as substâncias seria tão fácil "quanto misturar gim e água tônica", comparou Paul Worsey, especialista em explosivos e professor de engenharia da Universidade do Missouri, em declarações ao jornal The New York Times. A maioria dos explosivos líquidos precisaria de um detonador. Mas qualquer aparelho eletrônico manual, como um rádio ou um telefone celular, tem energia suficiente para a função, segundo os técnicos. James Jay Carafano, especialista em segurança interna da Heritage Foundation, uma instituição conservadora, diz que as autoridades estão conscientes da ameaça dos explosivos líquidos. "No entanto, até agora não conseguiram criar equipamentos para detectar as substâncias. Na realidade, esta era uma ameaça esperada."

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