Esplanada das Mesquitas de Jerusalém vive terceiro dia consecutivo de tensão

Local sagrado lida com distúrbios após entrada das forças de segurança israelenses; para Hamas, ação da polícia é ‘declaração de guerra’

PUBLICIDADE

Atualização:

JERUSALÉM - A Esplanada das Mesquitas de Jerusalém foi palco nesta terça-feira, 15, do terceiro dia consecutivo de distúrbios depois que cinco policiais ficaram levemente feridos e dois palestinos foram detidos após a entrada das forças de segurança israelenses no recinto sagrado.

Vários jovens palestinos se refugiaram no interior da Mesquita de al Aqsa, cujo acesso foi bloqueado com barras de metal e cordas, além de barricadas de pedras, informou a polícia israelense em comunicado.

A polícia de Israel reforçou a segurança nos arredores da mesquita Foto: Abir Sultan/EFE

PUBLICIDADE

A entrada das forças de segurança acabou gerando um conflito com os jovens palestinos que tentavam impedir as visitas de judeus ao complexo. O incidente terminou com pelo menos dois detidos, que atiravam pedras contra os policiais, e cinco agentes ficaram levemente feridos, segundo a nota.

Após os incidentes, a polícia permitiu o acesso de turistas ao recinto com normalidade e a segurança na área foi reforçada.

Na Esplanada das Mesquitas ficam a Cúpula da Rocha e a Mesquita de al Aqsa, o terceiro lugar mais importante na hierarquia do islã, que o chama de Nobre Santuário. O local também é sagrado para a tradição judaica, na qual é conhecido como Monte do Templo, por ser o lugar onde foram erguidos os antigos templos de Jerusalém.

Desde o último domingo, véspera do início do ano novo judaico, quando milhares de fiéis rezam no Muro das Lamentações, situado nas imediações da Esplanada das Mesquitas, enfrentamentos entre forças israelenses e palestinos vêm se sucedendo.

Além disso, as visitas de judeus ao local são frequentes por ocasião desta festividade. Os não muçulmanos podem visitar a Esplanada, mas os judeus estão proibidos de rezar ou exibir símbolos nacionais no local.

Publicidade

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) acusou ontem Israel de provocar uma guerra santa global com seus "ataques" ao complexo que abriga a Mesquita de al Aqsa, nos territórios palestinos ocupados por Israel desde 1967, e ao interior do próprio templo.

Tensões. O movimento islamita Hamas qualificou hoje de "declaração de guerra" as recentes entradas da polícia israelense na Esplanada das Mesquitas.

O porta-voz do movimento em Gaza, Sami Abu Zuhri, advertiu em comunicado que a comunidade internacional "deve intervir e deter o crime israelense antes que a situação exploda".

"O povo palestino nunca deixará passar este plano israelense", afirmou Abu Zuhri sobre os distúrbios que se sucedem na Esplanada desde domingo, quando a polícia israelense atirou na porta principal da Mesquita de al-Aqsa e tomou o controle da área em um confronto que incluiu troca de pedras, fogos de artifício e gás lacrimogêneo, deixando dezenas de feridos.

O Conselho Nacional Palestino (CNP), órgão legislativo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) no exílio, também condenou os fatos e chamou a atenção para o aumento da violência na região.

"Estas medidas e a bárbara escalada israelense em Jerusalém só podem ser detidas quando chegarem novas medidas e decisões tomadas pelos palestinos, os árabes e os muçulmanos para proteger al-Aqsa", afirmou o Conselho. /EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.