Cenário: Esquadrões de países vizinhos travam perigoso jogo

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É perigoso o jogo de guerra praticado pelos esquadrões caçadores da Colômbia e da Venezuela sobre a linha da fronteira. Voando acima de 1.000 km/h, levando mísseis e canhões pesados, caças russos Sukhoi-30 e israelenses Kfir-C10 patrulham o espaço aéreo prontos para o início de uma escalada militar que pode estar à distância de um dedo nervoso no botão de fogo.A queda de um Su-30 venezuelano na noite de quinta-feira foi prudentemente atribuída a um acidente. Fora lançado a partir de uma base avançada, para interceptar uma aeronave colombiana de observação. O comando, em Bogotá, negou.Tem sido assim desde 13 de agosto, quando vários municípios do Estado venezuelano de Táchira foram enquadrados no estado de exceção, uma variante local para a situação de conflito. Enquanto crescia o número de regiões e de cidades envolvidas, no que Nicolás Maduro define como, "uso ilegal do espaço aéreo pelas máfias do narcotráfico", aumentava a ação das forças aéreas dos dois países.O risco é grande. Há uma semana foram registradas duas violações. Aviões venezuelanos sobrevoaram por até 10 quilômetros trechos do Alto Guajira - em outra operação, passaram sobre instalações militares de La Flor. A denúncia, feita pelo general Carlo Eduardo Bueno Vargas, comandante da aviação da Colômbia, recebeu rápida contestação e estranha explicação do ministro da Defesa da Venezuela, Padrino Lopes: " É fato que realizamos ação de reconhecimento de toda a fronteira com nossas aeronaves, mas não foi violada a soberania do povo colombiano".A dinâmica das missões é marcada pela tensão. Grupos de jatos de combate foram deslocados para bases próximas da zona sob litígio. Os Su-30 Mk2 venezuelanos são os mais poderosos caças da América Latina. Gigantes de 21 metros de comprimento, levam 8 toneladas de armas e cargas externas diversas, além de dois canhões de 30 mm. Cobrem 3 mil km sem reabastecimento e seu radar Phanter realiza busca num raio de 400 km, priorizando as ameaças no círculo de 200 km. É usado nos modos ar-ar, ar-terra e ar-mar. A força da Venezuela tem 23 deles e pagou US$ 35 milhões cada. Do lado da Colômbia, 10 a 12 Kfir C10 feitos em Israel nos anos 70 e modernizados a partir de 2008. A diferença brutal de sistemas é compensada pela qualidade superior dos pilotos colombianos.

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