PUBLICIDADE

Esquerda reclama da distribuição de ministérios palestinos

Formação do governo de unidade corre riscos devido a divergências envolvendo a distribuição das funções ministeriais entre Hamas e Fatah

Por Agencia Estado
Atualização:

Três formações da esquerda palestina, insatisfeitas com a distribuição dos ministérios no próximo governo de união nacional, ainda não decidiram se participarão da coalizão, informou nesta quinta-feira, 15, a agência Ma´an. O porta-voz da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) na cidade de Khan Yunes, Atef Salamah, revelou que participaram do debate os representantes da FPLP, da Frente Democrática para a Libertação da palestina (FDLP) e do Partido do Povo Palestino (ex-Partido Comunista). A formação do governo de unidade entre o movimento islamita Hamas e o nacionalista Fatah, segundo os acordos feitos há uma semana na cidade saudita de Meca, corre riscos devido a divergências envolvendo a distribuição das funções ministeriais entre as duas legendas. Salamah disse que os três partidos da esquerda "se opõem ao monopólio na arena palestina", em alusão a maior distribuição de cargos dos ministérios para o Hamas, o Fatah e os candidatos independentes. Segundo o "Acordo de Meca", o Hamas - que ganhou as eleições há um ano na Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental - terá a sua disposição nove ministérios; o Fatah, seu principal opositor, outros sete, e os independentes ficarão com seis pastas no futuro governo de unidade. Os partidos da esquerda só terão acesso a três ministérios. "Deve-se preservar os valores da democracia no sistema político palestino, e nós não seremos adjuntos, devemos ser vistos como forças construtivas", disse Salamah. "Nós desejamos um governo de união nacional, mas não aceitamos um acordo (o de Meca) que culminou com a distribuição do poder (exclusivamente) entre Hamas e Fatah", comentou. O ocorrido em Meca "foi um golpe do Hamas e do Fatah contra as demais facções palestinas, que são associadas políticas na questão palestina", concluiu o porta-voz. O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, líder do Fatah, era esperado nesta quinta-feira na Cidade de Gaza, após anunciar ontem à noite em Ramallah que não pronunciará uma mensagem pela televisão para explicar ao povo os princípios do Acordo de Meca, cujo um dos objetivos principais é a formação de uma coalizão de união nacional. Fontes palestinas disseram que a formação do novo governo, que estará a cargo do atual primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, foi suspensa por divergências entre Abbas e Fatah na interpretação do estipulado em Meca.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.