Esquerda responsabiliza governo filipino por onda de assassinatos

Desde que a presidente Gloria Macapagal Arroyo chegou ao poder, 589 pessoas foram assassinadas

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Por Agencia Estado
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Cerca de 100 familiares de vítimas e sobreviventes de abusos de direitos humanos se reuniram neste sábado em Manila, para pedir ao governo filipino que contenha a onda de assassinatos e desaparecimentos de militantes de esquerda. "Responsabilizamos o governo por estes abusos, já que não faz nada para acabar com eles", disse Ruth Cervantes, porta-voz do grupo Karapatan. Ela acrescentou que a manifestação tinha como objetivo "exigir justiça para as vítimas de perseguição política". Os manifestantes pediram à Comissão de Direitos Humanos (CHR) uma investigação independente sobre as execuções extrajudiciais e desaparecimentos de militantes esquerdistas. "A CHR deve formar um comitê com membros da Igreja e de organizações em defesa de direitos humanos, que não cedan a pressões", opinou. Abusos Segundo a Karapatan, 152 pessoas desapareceram e 589 foram assassinadas, entre elas mais de 200 militantes de esquerda, desde que a presidente Gloria Macapagal Arroyo chegou ao poder, em 2001. Os grupos de esquerda e organizações de direitos humanos nas Filipinas atribuem a maioria dos casos aos organismos de segurança. "Achamos que os abusos já se transformaram em política do Estado, já que não são casos isolados. Só este mês seis ativistas desapareceram em várias partes do país", ressaltou Cervantes. A Karapatan acusa o Exército de uma campanha de perseguição em 13 áreas do país, que as autoridades militares identificam como "zonas de atividades insurgentes".

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