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Estabilidade no Iraque está distante, afirma Rice

Para secretária, EUA terão de assumir outras tarefas, como barrar a influência iraniana

Por AP
Atualização:

Washington - A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, disse ontem que estabilizar o Iraque é um longo processo, que não terminará quando a violência e as tropas americanas no país forem reduzidas. "Estamos no início de uma transição no Oriente Médio, no início de um longo processo para lidar com o desafio generacional que o extremismo - vindo principalmente do Oriente Médio - representa para nossa segurança", afirmou. Na véspera de um discurso do presidente George W. Bush - no qual ele deve anunciar a retirada, até julho, de 30 mil dos 168 mil soldados americanos atualmente no Iraque -, Condoleezza disse que os EUA terão de assumir novas responsabilidades no país do Golfo Pérsico, como rechaçar a influência iraniana. "O Iraque tem vizinhos muito problemáticos. E o Irã é um deles", disse a secretária, lembrando que o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, ameaçou preencher o espaço que será deixado quando as forças americanas saírem o país. A oposição democrata considerou insuficiente a retirada de 30 mil soldados. "Isso é inaceitável", disse o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, prometendo impulsionar um projeto para acelerar a retirada. Diplomatas e militares americanos estariam, desde 2006, mantendo negociações secretas com representantes do clérigo radical iraquiano Muqtada al-Sadr, revelou o jornal Los Angeles Times. O líder xiita controla a milícia Exército Mehdi, que já foi considerada pelos EUA a maior ameaça à estabilização do Iraque, mas não tem lançado ataques nas últimas semanas. O diálogo teria obtido resultados na semana passada, quando houve uma redução da violência no oeste de Bagdá - área que está entre as mais perigosas da cidade. Aliados de Sadr, porém, negaram a existência de negociações com os EUA. Agitando bandeiras e gritando frases anti-EUA, centenas de pessoas saíram ontem às ruas de Bagdá para protestar contra a construção de um muro que dividirá dois bairros vizinhos: Shula, que é xiita, e Ghazaliya, de maioria sunita. Os moradores dizem que a iniciativa americana não trará segurança, apenas inflamará a tensão sectária.

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