Estado Islâmico assume autoria de ataque ao Ministério de Relações Exteriores da Líbia

Duas explosões dentro do prédio mataram três pessoas e feriram 21; uma terceira explosão aconteceu do lado de fora, em um veículo

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Por Redação
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TRÍPOLI - O Ministério de Relações Exteriores da Líbia foi alvo de atentado com três explosões na capital do país, Trípoli. Três homens armados com cinturões explosivos e armas automáticas entraram no ministério pela manhã da última terça, 25.  Durante a tarde do mesmo dia, o Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque, que feriu 21 pessoas e matou três - entre eles, um diplomata, diretor de departamento da pasta.

Bombeiros trabalham do lado de fora do Ministério de Relações Exteriores após atentado do Estado Islâmico Foto: Stringer/ EFE

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Um dos terroristas ativou uma bomba no segundo andar do prédio enquanto, no térreo, o outro jihadista provocou uma explosão com a bomba que carregava em uma mala. O terceiro integrante do grupo foi morto pelas forças de segurança, afirmou o porta-voz das forças especiais, Tarak al-Dawass.

A terceira explosão aconteceu do lado de fora, em um veículo localizado próximo ao ministério.

Entre as vítimas fatais do atentado ao Ministério das Relações Exteriores da Líbia, está um diplomata Foto: Stringer/ EFE

Segundo o site do canal português RTP Notícias, o ministro da Administração Interna da Líbia, Fathi Bach Agha, reconheceu que o país vive um "caos de segurança” e que é "terreno fértil" para o grupo jihadista Estado Islâmico.

O ministro de Relações Exteriores, Mohamed Taher, está seguro, de acordo com um funcionário do ministério. 

Situação política

A Líbia está mergulhada no caos desde a queda do regime de Muamar Khadafi, em 2011, e é dirigida por dois grupos rivais: o GNA, com base em Trípoli, reconhecido pela comunidade internacional, e um gabinete paralelo instalado no leste, apoiado pelo Exército Nacional Líbio (ANL), autoproclamado pelo marechal Jalifa Haftar.

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O caos, as divisões causadas pelas lutas de poder e a insegurança crônica facilitaram com que o país se tornasse um refúgio de jihadistas, que realizaram vários ataques nos últimos anos.

Uma conferência internacional sobre a Líbia foi realizada em novembro na Itália - em meio às divisões persistentes entre os líbios -, para tentar fazer com que o país, de 6 milhões de habitantes, engatasse um processo político que levasse a eleições. Mas o boicote de uma das figuras-chave para a estabilização da Líbia, o marechal Haftar, que controla a maior parte do leste do país, enfraqueceu, o encontro internacional desde o início.

Por outro lado, os países europeus, além de se preocuparem com a presença de jihadistas na Líbia, expressaram preocupação com a situação dos migrantes no país. Dezenas de milhares de pessoas tentam ganhar as costas europeias a partir da Líbia, onde os traficantes são muito atuantes.

Iraque

O Iraque foi alvo de um atentado no mesmo dia em que aconteceram as explosões na Líbia. Pelo menos duas pessoas morreram e 11 ficaram feridas após explosão de um carro bomba na cidade de Tal Afar, no norte do país. O local já foi uma fortaleza do Estado Islâmico, de acordo com militares. /AFP, AP, Reuters e Agência Brasil

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